Ter uma boa defesa representa meio caminho andado para ser campeão brasileiro. Em nove das 16 edições do campeonato por pontos corridos desde 2003 o time que levantou a taça foi o menos vazado. Esse é o principal (mas não o único) motivo para o torcedor do Corinthians confiar na conquista do octa.
Na vitória com cara de Corinthians por 1 a 0 sobre o Atlético-MG, no aniversário de 109 anos do clube, a defesa mais uma vez foi eficiente, e o Timão teve paciência e frieza para decidir no fim.
A equipe de Fábio Carille sofreu apenas nove gols em 17 rodadas, sendo a melhor no quesito no campeonato. O líder Flamengo foi vazado o dobro de vezes, 18, uma a mais que o Santos, segundo colocado, que levou 17.
É bem verdade que o Corinthians cometeu alguns vacilos na marcação diante do Atlético-MG, sobretudo no primeiro tempo, quando deu liberdade para os homens de frente do Galo atuarem entre as linhas de zaga e de meio.
Os mineiros trabalhavam a bola pelos lados, principalmente o direito, nas costas de Clayson e Danilo Avelar, e depois centralizavam, buscando Ricardo Oliveira para finalizar, sempre posicionado entre Manoel e Fagner.
Aí entrou em cena mais uma vez Cássio, que fez grandes defesas e evitou que os visitantes abrissem o placar. Um goleiro deste nível ajuda a ganhar jogos e títulos.
Mesmo tendo menos intensidade do que o adversário, fruto do pouco tempo de recuperação desde a partida contra o Fluminense, na quinta-feira, o Corinthians deu menos espaços na etapa final.
A partida entre os alvinegros foi muito boa, apesar da falta de gols por 89 minutos. O Timão começou melhor, perdeu o controle a partir da metade do primeiro tempo, mas reequilibrou o confronto após o intervalo.
O lado direito, com Fagner e Pedrinho, principal ponto forte nas últimas partidas, não funcionou tão bem. O lateral errou muito, e o meia pareceu sem fôlego.
Sem conseguir penetrar na defesa atleticana trocando passes, o Corinthians apelou para as bolas levantadas – foram 22 na partida. A estratégia não deu certo, já que Vagner Love ficou preso na marcação de Réver e Igor Rabello e perdeu quase todas as disputas.
Por outro lado, Mateus Vital, cada vez mais dono da posição que outrora foi de Sornoza, esteve em noite inspirada. Antes de dar a assistência para Gustagol marcar, em vacilo do goleiro atleticano, ele já havia criado as duas melhores chances do Corinthians na partida, em chutes de fora da área.
O Timão não tem o poderio ofensivo de Flamengo e Santos, nem um elenco qualificado como o do Palmeiras, mas conta com uma "casca" que seus principais oponentes não têm. Frio em jogos grandes, extremamente sólido defensivamente e forte em sua casa, o Corinthians se coloca, sim, como postulante ao título.
Corinthians, Análise, Brasileirão, Timão, Atlético Mineiro