30/10/2016 13:21

Espancado por corintianos, PM diz: "Tranquilo, não cogitei sacar a arma"

Esporte Espetacular entrevistou um dos policiais que foi agredido na tentativa de conter os torcedores do Corinthians que queriam invadir o lado rubro-negro

Espancado por corintianos, PM diz:
A confusão envolvendo parte da torcida do Corinthians e a Polícia Militar do Rio de Janeiro no domingo passado no Maracanã ainda repercute. Trinta torcedores permanecem presos e o Corinthians foi punido com a proibição da venda de ingressos para torcidas organizadas. A reportagem do Esporte Espetacular conversou com um dos policiais que estava nas arquibancadas no momento da briga; e também com um promotor do STJD e um juiz do juizado especial de grandes eventos. (clique no vídeo e assista a reportagem completa)  

Sargento Anderson Teles tem 42 anos, dezesseis deles dedicados à polícia militar carioca, e praticamente desde que ingressou na corporação está no GEPE, o grupamento especial de policiamento nos estádios. Com vasta experiência em segurança dentro das arenas esportivas, o sargento conta que já esteve em outros confrontos, mas nunca havia vivido alguma situação parecida com aquela do último domingo.  

Eu já estive em outros confrontos, mas como aquela situação ali nunca. Quando os torcedores estavam me agredindo, minha intenção era proteger e orientar aqueles torcedores. Quando eu vi que eles não estavam acatando as nossas ordens e determinações pra acompanhar o jogo, ficar sentado na arquibancada, e ficaram tentando passar pro lado da torcida do Flamengo, onde tinham famílias, aí tivemos que agir e mesmo assim eles partiram pra cima de nós.   
Carregando uma arma de fogo ele diz que não cogitou em momento nenhum sacá-la.  

- Não cogitei. Nós fazemos o uso proporcional da força. Isso quer dizer gás lacrimogênio e o bastão. E chamamos o reforço via rádio. Eu estava calmo, tranquilo, mesmo tomando vários golpes. Eu estava agindo ali como profissional. Ninguém chegou a tocar no meu armamento letal. E por isso que a calma é fundamental, o controle emocional. E nós no GEPE aqui frisamos sempre isso. A arma é o último recurso e ali no caso não era o último recurso. Nós temos aqui um curso de policiamento de praças esportivas, com várias matérias. Uma delas é a psicologia em multidões, em massas. Sempre dialogamos com o cidadão que comparece nas arenas esportivas no estado do Rio.  

E o que dizer nessa hora de ânimos exaltados?  
 - Eu dizia: “Cidadão, volta pro seu local de origem, senta na sua cadeira e vê o jogo”. Eles não estavam entendendo essa mensagem  e seguiam tentando de todas as formas partir pro lado das famílias dos flamenguistas onde tinham mulheres e crianças. Acho que eles não obedeciam as ordens porque eles não vieram pra ver o jogo, eles vieram para o tumulto. Tomei soco na cabeça, duas voadoras na costela. Caí, levantei e continuei agindo dentro do uso proporcional da força. Agora olhando as imagens fico com a sensação de dever cumprido. Se aqueles torcedores invadissem o lado do Flamengo imagina o que poderia ocorrer? Se eles vieram pra cima do próprio policial, da própria autoridade garantidora da permanência dele ali e isso que causou espanto.
 
E depois do jogo?  
- Liguei pra casa e disse: sem ferimento, sem sequelas, tá tudo bem. Só que as imagens não condizem com as minhas palavras. Uma coisa que eu sempre falo: foi Deus que me livrou, e também profissionalismo e treinamento. Quando cheguei em casa, minha esposa e filha me abraçaram, minha filha chorou, o vizinho bateu palma e eu fui até reconhecido no supermercado. O pessoal olhava e falava: “Não era você que estava no Maracanã? Parabéns!”  



Os visitantes ainda arrancaram uma parte da grade que separava os setores da arquibancada. Depois de contidos, assistiram ao jogo normalmente. Só após o fim da partida, foram identificados pela PM, que conduziu 42 pessoas pra delegacia. O delegado Felipe Santoro, da polícia civil explica como foi o procedimento.  

- A nossa seção de identificação tirou fotos de todos os indivíduos que foram autuados, e a partir dai, das tatuagens, dos rostos, e de algumas características peculiares, a gente foi identificando um a um, pra que a gente pudesse saber a real participação de cada um na ocorrência – explicou Santoro.  


Onze torcedores foram autuados pela polícia civil por promover tumulto e depois liberados. Outros 31, entre eles um menor, foram autuados em flagrante por cinco crimes: lesão corporal, dano qualificado, provocar tumulto em locais de jogo, resistência qualificada e associação criminosa. Com exceção do menor, os outros 30 cumprem prisão preventiva desde terça-feira no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A juíza Marcela Caram que tomou a decisão de manté-los presos conta os motivos de sua decisão.  

 - Pelo nível de violência empregado contra os policiais e resistência  ao poder estatal havia necessidade de manutenção da prisão, e não tive muita dúvida pra decidir justamente porque eles foram apontados de forma bem objetiva pelas testemunhas e pelas vítimas – afirmou a juíza.


O crime não é novidade para mais de um terço dos presos. Entre os 30 que estão na penitenciária, onze já tem passagem pela polícia. Quatro deles pertencem a torcidas organizadas e entre os crimes cometidos figuram: desacato, rixa, lesão corporal e fraude. Segundo a Polícia Civil, o torcedor Kauan Gentil, que aparece em uma imagem agredindo o sargento Teles, já respondeu por estelionato, desobediência, desacato e envolvimento com entorpecentes.




Durante a semana, a justiça negou três pedidos de habeas corpus aos torcedores presos. Na quinta passada, representantes da Justiça Desportiva, do Juizado do Torcedor, da FERJ e das polícias civil e militar do Rio de Janeiro se reuniram para discutir como agir em conjunto nas próximas competições. O juiz Marcello Rubioli, do juizado especial do torcedor e dos grande eventos, diz que o diálogo é vital.  
 - Esse diálogo não pode se resumir a um encontro só.

Tem que ser um debate permanente. Nós no juizado estamos sempre defendendo isso, a gente não pode atender a violência no esporte como uma questão sazonal, é uma questão permanente, muitas das vezes ela salta aos olhos como foi esse caso desses torcedores, mas ela está sempre presente,  tem que ser uma preocupação que venha sendo debatida permanentemente – afirmou Rubioli.  

Já Felipe Bevilacqua, promotor do STJD, diz que no próximo campeonato já será possível implementar alguma mudança.  

- Acredito que pro campeonato do ano que vem a gente já consiga implementar alguma coisa. Não posso garantir porque não depende só de mim, depende de vários outros fatores, mas independentemente de nós conseguirmos implementar isso pro campeonato do ano que vem, a integração de todos esses poderes que estiveram reunidos aqui hoje com certeza vai ser produtiva de alguma forma e vai trazer algum tipo de resultado, tanto quanto já foi em relação ao GEPE e a identificação dos torcedores. O objetivo é criarmos cada vez mais ferramentas e mecanismos pra que nos consigamos identificar e extirpar esses infratores dos estádios – afirma o promotor.  

No âmbito esportivo, o Corinthians foi punido com a proibição da venda de ingressos para torcidas organizadas até o fim do campeonato. Os trinta indivíduos presos estão impedidos de frequentar estádios e, além disso, o superior tribunal de justiça desportiva determinou o fechamento total do setor norte da Arena Corinthians, onde geralmente ficam as torcidas organizadas.


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5949 visitas - Fonte: Globo Esporte

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eu acho q o clube deve ser punido mesmo por bancar esses bandidos... com o dinheiro da punição deveria comprar tornozoleira eletrônica para monitorar esses bandidos do que adianta eles ficarem preso uma semana no proximo jogo eles vão está no meio das torcidas comun

polícia do rio do tem corruptos e estão usando a torcida a torcida para se limpar porquê eles não vai enfrentar os traficantes e sobe os morros

Marcelo ele tinha que sacar arma para te dar um tiro na sua banda você é um arrombado que esta falando o que a imprensa fala nós estava sendo provocado o tempo todo

torcida organizada São todos bandidos messmo, tem que prende e bater atar matar essa raça do capeta, deixa preso não está fazendo falta não! !!

É isso mesmo os arrombado dos flamenguista tava xamando nois pá briga ..... Eles também tem que ser punidos também

524255q21344222@2×2×@×2$44÷ww452×2××

524255q21344222@2×2×@×2$44÷ww452×2××

deveria sacar a arma...

e dps de detidos os Corintianos foram espancados pela polícia, tbm covardemente, com frturas de braço,nariz, costelas e hematomas , isso a mídia não mostra .

não tinha família do outro lado tinha uns dez ou mais torcedores do Mengão provocando e chamando os Corintianos pra brigar

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