Amigos, o texto abaixo não é de minha autoria.

Foi publicado no Portal Terceiro Tempo, pelo jornalista Thiago Tufano Silva.

Não concordo com tudo o que ele escreveu, mas acredito que o colega tenha tocado em temas importantes sobre a situação do meu querido e amado Corinthians (risos).

Por isso, decidi compartilhar com vocês neste espaço.

Leiam e opinem!

Assim que foi confirmada a contratação de Vanderlei Luxemburgo pelo Corinthians, escrevi neste mesmo espaço que "para quem está se afogando em águas agitadas, até jacaré vira tronco". No entanto, ainda abusando desta analogia, podemos dizer que tal pedaço de árvore, que já chegou a render os melhores frutos possíveis, hoje está em um estado de descomposição tão avançado que nem como "bóia" para desesperados clubes brasileiros serve mais.

Mas a culpa do atual momento corintiano passa longe de ser de Vanderlei Luxemburgo, é claro. Os culpados são velhos conhecidos da Fiel e comandam o Corinthians desde a saída do também péssimo Alberto Dualib, em 2007. Uma diretoria que, no começo, até tentou passar a todos uma imagem de moderna e antenada. Mas que, com o tempo, acabou se revelando amadora em um nível de fazer inveja a muito time de várzea.

Sim, pois o problema atual do Corinthians não é exatamente a falta de dinheiro. O Timão tem a segunda maior torcida do Brasil, uma receita absurda mesmo em péssima fase e consegue recursos com uma facilidade que a esmagadora maioria das agremiações do país não consegue. Mas o que acontece então? Por lá, aparentemente não existe ninguém que entenda minimamente de futebol, e, pelo visto, um dos principais critérios para contratação é agradar a torcida.

Tanto que toda janela de transferência você vê o clube do Parque São Jorge envolvido em negociações com jogadores que já fizeram muito pelo clube, mas que, quando recontratados, acabam recebendo um salário altíssimo meio que como agradecimento pelos serviços já prestados, e não pelo que ainda podem render. E é exatamente este o ralo de dinheiro que foi aberto há tempos lá no Parque São Jorge.

Raríssimas vezes tal política dá certo, como com Renato Augusto (por mais que ele passe mais tempo no DM do que à disposição). Já nas demais, o equívoco é perceptível até mesmo para quem não entende nada de futebol. Sim, pois até mesmo os menos fanáticos dos corintianos sabem que foram grandes micos os retornos de Gil, Fábio Santos, Paulinho, Romero (principalmente) e de tantos outros que já até deixaram novamente o clube mais popular do estado de São Paulo.

Aí, o corintiano é obrigado a ver no outro parque famoso da cidade, o Antarctica, um verdadeiro exemplo de gestão. É claro que, por lá, a torcida alviverde também pede retornos de ídolos e renovações descabidas de nomes que já estão em nítido declínio físico, aspecto fundamental no futebol atual. E o que a diretoria faz? Dá de ombros e chega até a enfrentar a ira da sempre exigente torcida palmeirense. Mas, como tem que ser, faz o que acha certo, e não o que vai render prestígio fugaz com os instáveis torcedores.

Quer um bom exemplo? Pensemos então na situação de Marcos Rocha, lateral palmeirense. Com o Verdão, o jogador, de 34 anos, já venceu dois Brasileiros, três Paulistas, duas Libertadores e uma Copa do Brasil. Além disso, não tem jogado mal com a camisa alviverde. Pelo contrário, ainda presta bons serviços ao time de Abel Ferreira. E, mesmo assim, o atleta já está ciente de que não seguirá no clube para o ano que vem. Fosse no Corinthians, sem brincadeira, talvez o lateral tivesse contrato vitalício.

E o resultado a gente tem visto sendo construído nos últimos 10 anos. Em 2013, o Corinthians era o então campeão da Libertadores e do Mundial, enquanto o Palmeiras estava na Série B do Brasileirão. Hoje, os dois rivais são, respectivamente, as equipes menos e mais confiáveis do futebol brasileiro.

O gol não sai por acaso. O Palmeiras não tem sido campeão de tudo por acaso. E o Corinthians, se cair neste ano, também não será por acaso. Será merecidíssimo, dado o esforço hercúleo da amadora diretoria para conseguir algo dificílimo, que, no caso, é afundar uma das maiores marcas do futebol mundial.

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