O Corinthians reencontra o Santos e a Vila Belmiro neste domingo, às 16h (horário de Brasília), pelo Campeonato Brasileiro, sem os traumas da goleada devastadora para o rival há pouco mais de seis meses. No entanto, o sentimento de revanche permanece. A derrota por 5 a 1, dia 29 de janeiro, na mesma Vila, teve efeito desastroso a curto prazo. A médio prazo, porém, o jogo virou um divisor de águas para o Timão de Mano Menezes, remodelado e pronto para esquecer aquela derrota.
Neste domingo, apenas três jogadores que entraram em campo naquele dia devem ser titulares: Gil, Ralf e Romarinho (ou Guerrero em seu lugar, se estiver recuperado de lesão na coxa). De resto, os 5 a 1 causaram dispensas, empréstimos de medalhões, mudanças no esquema de jogo e uma lamentável invasão de torcedores ao CT Joaquim Grava, dias depois. Era apenas a quarta partida do Corinthians na temporada.
Com tantas diferenças, Gil mostra confiança em um time bem diferente no retorno à Vila.
- Agora é totalmente diferente, nossa equipe está encorpada e tem feito bons jogos, estamos bem colocados no Brasileiro e a obrigação é de vencer a partida - resumiu o zagueiro.
O Corinthians entrou em campo com Walter, Diego Macedo, Paulo André, Gil e Uendel; Ralf, Guilherme, Danilo e Rodriguinho; Romarinho e Guerrero.
Depois, entraram Emerson, Douglas e Alexandre Pato, três dos mais perseguidos pela torcida àquela altura. As más atuações no clássico só reforçaram a certeza da diretoria em negociá-los.
Hoje, o trio está emprestado – Sheik ao Botafogo, Douglas ao Vasco, Pato ao São Paulo. Paulo André foi vendido, e Cleber se firmou na zaga.

Mano Menezes remodelou o Corinthians após goleada, e equipe ganhou consistência
Entre os titulares, um nunca mais jogou pelo clube. O lateral-direito Diego Macedo seria dispensado dias depois, por deficiência técnica, dando lugar ao atual titular, Fagner.
O meia Rodriguinho, tratado como solução e novidade no início do ano, perdeu espaço rapidamente e foi emprestado ao Grêmio. Danilo, o outro meia, até teve seu contrato renovado dias depois, mas virou reserva de luxo.
O meio-campo, aliás, foi a área que passou por maior reformulação desde a goleada sofrida. Mano começou o ano respondendo a uma cobrança que vinha dos tempos de Tite: o time precisava de mais corpo no ataque.
Assim, optou pela escalação de dois meias exclusivos de criação, Danilo e Rodriguinho. A dura derrota mostrou que o Corinthians jogava muito mais exposto, levava mais gols e tinha pouca recomposição na marcação.
Mano insistiria na formação por mais alguns jogos, com Ramírez e até o garoto Zé Paulo testados entre os meias. O pensamento só mudou após a chegada de Jadson, em fevereiro, após troca por Alexandre Pato.
A partir daí, o Timão ganhou consistência com um volante fixo, dois jogadores mais abertos e um outro de criação. A formação dura até hoje, com outros nomes: em vez de Guilherme e Bruno Henrique, Elias e Petros fazem companhia a Ralf e Jadson (ou Renato Augusto, quando o titular não pode jogar).
Neste domingo, Mano e o Corinthians querem provar, no palco do maior vexame do ano, que tudo mudou desde a última visita à Vila Belmiro. Em fase de acertos após um empate diante do Coritiba e uma derrota para o Bahia, pela Copa do Brasil, também é hora de tentar arrancar no Campeonato Brasileiro, no qual o Timão é quarto colocado e se vê na briga por vaga na Taça Libertadores.