A investigação sobre possíveis crimes no processo de intermediação do contrato entre Corinthians e VaideBet, encerrado em junho do ano passado, se encontra na fase final. A partir do depoimento do presidente do clube, Augusto Melo, a Polícia Civil de São Paulo deve finalizar o inquérito em duas semanas. Segundo apuração do ge, a oitiva realizada com Augusto Melo na quarta-feira passada encerrou, a princípio, o período de depoimentos. A partir de agora, as declarações serão reunidas para a finalização do inquérito e possíveis indiciamentos de envolvidos no caso. O presidente Augusto Melo corre o risco de ser indiciado pelas autoridades.
O dirigente foi ouvido na condição de investigado, assim como o ex-diretor administrativo do Timão Marcelo Mariano e o antigo superintendente do clube Sérgio Moura. Além do trio corintiano, Alex Cassundé, proprietário da Rede Social Media Design, também foi ouvido sob condição de suspeito pelo delegado Tiago Fernando Correia, titular do Departamento de Polícia de Proteção a Cidadania (DPPC) e da terceira delegacia. A empresa de Cassundé foi colocada como intermediadora na quarta versão do contrato, como trouxe o ge.
De acordo com apuração da reportagem, dois crimes são apurados desde maio do ano passado: associação criminosa e lavagem de dinheiro, diante do uso de empresas fantasmas, como a Neoway, para movimentar o dinheiro transferido do clube para a conta empresarial de Alex Cassundé. Desde maio de 2024, a Polícia investiga o repasse de valores da comissão do patrocínio da VaideBet ao Corinthians a uma empresa fantasma. O inquérito foi aberto após denúncia feita pelo "Blog do Juca Kfouri" de que a Rede Social Media Design, empresa que intermediou o contrato, supostamente repassou R$ 900 mil à Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda. Esta empresa está no nome Edna Oliveira dos Santos, que nem sequer saberia da existência da mesma. A Polícia já identificou relação da Neoway com outras empresas fantasmas.
As suspeitas relacionadas ao caso levaram a VaideBet a romper o contrato com Corinthians pelo que considerou danos a sua imagem. A rescisão foi realizada em 7 de junho. O acordo, assinado em janeiro, tinha validade até o fim de 2026 e previa o pagamento de R$ 370 milhões no total, contando R$ 10 mi de luvas.