O delegado Marcel Madruga, responsável pela investigação sobre cambismo no Corinthians, sugeriu o arquivamento do inquérito. O ge teve acesso ao relatório final da investigação conduzida pela divisão de Crimes Cibernéticos da 4ª Delegacia de Polícia de São Paulo. Os casos de cambismo são apurados desde o segundo semestre do ano passado a pedido de Romeu Tuma Jr, presidente do Conselho Deliberativo do clube, que reuniu denúncias e reclamações de torcedores. A Polícia ouviu funcionários do Corinthians de diferentes áreas e escalões, além de pessoas suspeitas de venderem ingresso ilegalmente. O clube e a empresa OneFan, responsável pelo programa Fiel Torcedor, também se manifestaram por meio de ofícios. Após as oitivas, o delegado Marcel Madruga concluiu que os eventuais desvios na venda de ingressos "devem ser resolvidos pelos próprios mecanismos de fiscalização e controle interno do clube, tais como Conselhos e Assembléias".
Marcel Madruga também afirma não ter encontrado indícios de crime cibernético, por meio de invasão ou violação do sistema Fiel Torcedor. Assim, a apuração de eventual cambismo ligado ao clube não compete ao inquérito aberto nem à delegacia em questão. As comissões de Justiça e Marketing do Conselho Deliberativo do Corinthians também investigam casos de cambismo, e o Conselho de Orientação (CORI) pediu informações sobre o tema à diretoria. Após reportagem do ge, o Corinthians iniciou uma campanha de combate ao cambismo. Na última semana, o clube anunciou acordo com empresa que irá implementar o sistema de reconhecimento facial na Neo Química Arena - a medida é apontada como fundamental para diminuir o problema da venda ilegal de ingressos.
— No caso em questão, apuração revelou que os fatos investigados decorrem preponderantemente de questões internas de gestão, passíveis de correção mediante mecanismos administrativos internos de compliance, auditoria e governança corporativa, afastando-se, portanto, o interesse jurídico penal estatal — diz o delegado em trecho do relatório.