Como bem tem dito Sylvinho, o Corinthians está apenas no começo de sua caminhada em 2022, ainda em ritmo de pré-temporada, sem um time titular definido e sem todas as peças 100% bem fisicamente. Mas, jogo a jogo, o time começa a mostrar velhos problemas e poucas soluções.
Foi assim na vitória contra o Santo André, neste domingo, no estádio Bruno José Daniel, que encerrou um jejum de nove jogos sem vencer fora de casa. A última vez havia sido contra o Grêmio, em 28 de agosto. É uma marca para trazer alívio, mas conquistada à base de certo sofrimento.
Agora, o Timão parte para um desafio maior. Tem clássico contra o Santos na quarta-feira, às 21h35 (de Brasília), na Neo Química Arena, pela terceira rodada do Paulistão.
Os desfalques
É necessário analisar a vitória levando em conta as circunstâncias da escalação corintiana. Antes do jogo, o clube já havia anunciado as baixas de Renato Augusto e Willian, ambos poupados. Também não teve mais uma vez Cantillo, com a seleção colombiana. De surpresa, perdeu Cássio e João Victor.
O goleiro apresentou sintomas gripais leves e foi cortado após passar por exame de Covid, cujo resultado só será conhecido nesta segunda, e João sofreu um trauma no pé direito, pisão que o deixou com dores e impossibilitou sua presença no jogo de última hora.
Sylvinho foi obrigado a fazer quatro mudanças no time titular (acabou fazendo cinco): Matheus Donelli no gol, Raul Gustavo na zaga, Gabriel Pereira no meio e Gustavo Mosquito no ataque. De quebra, escolheu Fábio Santos para entrar na vaga de Lucas Piton.
O especialista
Foi na mudança não forçada que saiu o gol. Fagner e Gustavo Mosquito fizeram boa jogada pela direita para cruzamento do atacante na direção da área. Carlão desviou com os pés, mas também com o braço, e o árbitro deu pênalti. Fábio converteu a nona cobrança em nove pênaltis desde sua volta ao Corinthians.
De bom, além do gol de pênalti, a etapa inicial teve a dobradinha de Fagner com Mosquito. O lateral parece mais solto neste começo de temporada e tem se apresentado bem no ataque.
Já Mosquito foi o que o time teve de mais agudo. Driblador e veloz, criou chances por seu setor e mostrou que seguirá sendo ótima peça com a qual a comissão técnica poderá contar em 2022.
A pressão
Um tanto quando desorientado sem Renato Augusto ao seu lado, Giuliano sofreu para entender qual era seu jogo contra o Santo André. Gabriel Pereira pouco funcionou na função de armador. Sem o camisa 8, o meio-campo mostrou lentidão e pouca efetividade. A bola girou, girou, girou...
No primeiro tempo, isso não foi um problema tão latente. No segundo, sim. A partir do momento em que passou a jogar em vantagem no placar, o Corinthians inexplicavelmente baixou suas linhas de jogo, cedendo mais espaço ao Santo André desde o começo da etapa final.
Ao todo, foram 14 finalizações do time da casa contra apenas oito do Timão. A equipe de Sylvinho, embora tenha passado ilesa, não se defendeu bem e esteve muito perto de sofrer o gol. Preferiu entregar a bola ao rival e passou a sofrer. Depois do jogo, porém, Sylvinho refutou a ideia de ter apresentado um time defensivo.
– O time é muito ofensivo – disse.
As mudanças
Para tentar se reorganizar no jogo, Sylvinho mexeu em várias peças. Mas pouco adiantou. Mosquito, Mantuan, GP e Giuliano foram sacados para as entradas de Paulinho, Adson, Luan e Gabriel ao longo da etapa final. O técnico tentou centralizar Guedes no ataque e fazê-lo revezar com Paulinho na função de referência à frente.