Sócios do Corinthians fazem manifestação por mudança do estatuto Protestos de torcidas organizadas e mobilizações nas redes sociais reacenderam o debate sobre a ampliação do direito a voto no Corinthians . Embora o clube conte com milhões de torcedores espalhados pelo Brasil, apenas 4.184 pessoas participaram da última eleição, no fim de 2023. Há anos se discute a possibilidade de sócios-torcedores escolherem o presidente do Timão. Atualmente, apenas associados do clube (com direito a frequentar o Parque São Jorge) há mais de cinco anos podem votar. Porém, há promessa política de que ainda em 2025 o Conselho Deliberativo alvinegro vote uma proposta de reforma do estatuto. – Esse é um momento oportuno e único para tratarmos desse assunto, tem que ser agora. Eu garanto que a reforma estatutária será votada ainda neste ano, é o principal objetivo do meu mandato – disse Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians . Abaixo, o ge apresenta um panorama atualizado sobre o assunto e explica quais serão os próximos passos. Confira!

O que já foi feito? Em fevereiro do ano passado foi criada uma Comissão de Reforma do Estatuto e, no mês seguinte, estabeleceu-se um edital de funcionamento, com normas e prazos definidos. Ao longo de 2024, foram recebidas propostas e realizadas audiências para discutir as mudanças das regras internas do clube. A previsão era de que até agosto do ano passado o texto final com as alterações no estatuto fosse apresentado. Porém, isso não ocorreu.
Por que atrasou? As discussões sobre o impeachment de Augusto Melo praticamente dominaram a pauta do Conselho Deliberativo do Timão nos últimos meses. O órgão também se reuniu para discutir o orçamento de 2025 e votar as contas do ano passado. – Além de tomar o tempo dos conselheiros, o processo de destituição do presidente acirrou os ânimos dos conselheiros. Não havia clima para discutir a reforma estatutária – argumentou Romeu Tuma Jr.
O presidente do Conselho Deliberativo também afirma que episódios recentes, como o próprio impeachment e decisões controversas da Comissão de Ética , jogaram luz a questões que não estavam contempladas na proposta de mudança de estatuto. E agora? Em 7 de agosto, os sócios do Corinthians decidirão em assembleia geral se Augusto Melo será destituído da presidência definitivamente ou se será reconduzido ao cargo. Após isso, Romeu Tuma promete acelerar as discussões sobre a reforma estatutária.
Já há um anteprojeto elaborado, mas o documento só será finalizado após a discussão com lideranças políticas do clube. A ideia é que as alterações nas regras sejam votadas até dezembro. No início deste mês, Antonio Goulart dos Reis deixou a presidência da Comissão de Reforma do Estatuto por ter assumido o cargo de diretor de relações institucionais do clube. No lugar dele, Claudia Carlos Oliveira passou a integrar o colegiado e Dalton Gioia assumiu o comando.
Como será? Ciente de que a ampliação do direito a voto é um tema controverso, que sofre resistências internas, Romeu Tuma Jr vai "fatiar" a reforma estatuária. Assuntos mais técnicos e menos polêmicos serão decididos de forma unificada pelo Conselho. Já os temas em que há mais divergências serão analisados separadamente, a fim de evitar que todas as alterações sejam barradas.
Uma das propostas analisadas para ampliar o direito a voto no Corinthians é a criação de uma nova categoria no Fiel Torcedor. Os membros desse plano pagariam uma taxa mensal que seria revertida para melhorias no Parque São Jorge. Depois de alguns anos, estas pessoas teriam direito não apenas a participar das eleições, mas também a frequentar o clube social. Na prática, funcionaria como uma compra parcelada do título de sócio. É possível que mais de uma proposta do tipo seja levada à votação pelo Conselho.
Vale lembrar que qualquer mudança no estatuto precisa ser aprovada também pelos sócios do clube. Resistências Pessoas influentes na política corintiana entendem ser difícil aprovar uma reforma estatutária que amplie o direito a voto no clube. Eles argumentam que, mesmo que o Conselho concorde com tal mudança, ela não terá apoio dos associados. No Corinthians há quem defenda que, em vez de permitir que o sócio-torcedor tenha direito a voto, o clube estimule o ingresso de novos membros ao seu quadro social. Para isso, no entanto, é necessário comprar um título. Além da questão financeira, tal proposta esbarra na capacidade física do Parque São Jorge, que já tem ficado cheio nos finais de semana de calor.