O Corinthians do técnico Mano Menezes tem um ponto de atenção para a reta final de Campeonato Brasileiro: a dificuldade de administrar vantagens. O exemplo mais recente aconteceu no empate em 1 a 1 contra o Santos, quando o Timão abriu o placar no começo do segundo tempo e sofreu o empate nos acréscimos, em lance de penalidade máxima.

Outro exemplo neste Campeonato Brasileiro foi o empate em 3 a 3 contra o Fluminense, no Maracanã. O Corinthians foi para o intervalo com uma vantagem de 3 a 1, e sofreu o empate na etapa final devido a forte pressão imposta pelo Tricolor Carioca.

No Majestoso, disputado no Morumbi, o Corinthians saiu na frente mas sofreu a virada do São Paulo ainda no primeiro tempo. No entanto, esta foi a primeira partida do Timão depois do anúncio da chegada de Mano Menezes e ele nem estava à beira do campo, por conta de suspensão. O auxiliar Sidnei Lobo foi quem comandou o Alvinegro no clássico.

Após a partida contra o Santos, na Neo Química Arena, Mano Menezes foi questionado sobre uma possível inconstância do Timão no clássico, já que o primeiro tempo foi de forte volume ofensivo, e a segunda etapa ficou marcada por uma postura mais retraída após o gol contra anotado por Jean Lucas.

"Acho que inconstante não cabe para hoje, já foi em outros jogos, até comigo, já oscilou mais. Mas hoje a gente tinha uma condição bem boa de nível de atuação. A gente merecia ter ampliado o placar antes, até no primeiro tempo. Talvez depois que fizemos o gol é que não tivemos o entendimento de jogo. O jogo não se joga sozinho, o adversário quando sofre o gol também começa a tomar outras iniciativas, começa a fazer alterações táticas e aí é que temos que entender as alterações do jogo. Acho que hoje estava bem encaminhado para a fechar o jogo bem. Foi um pecado", comentou Mano em coletiva de imprensa.

Alguns torcedores têm abordado a questão física do elenco do Corinthians como um problema, entendendo que o time cai de ritmo na etapa complementar. Questionado sobre isso, Mano alegou que a comissão técnica já aumentou a cara na parte física desde que chegou ao clube e que o time tem evoluído neste aspecto.

"A gente fez uma análise de quando chegou, de qual era a carga que estava costumeiramente sendo feita. Nós aumentamos um pouco a carga. Não só em quilometragem diária, mas também em qualidade dessa quilometragem. Hoje nós temos como medir em segmentos diferentes como é composto um treino de um jogador. Se ele faz 5 mil metros, como ele correu esses 5 mil metros. Acima de 15 km por hora, 20 km por hora, alta intensidade, quantas ações repetidas de alta intensidade, nós temos como mensurar isso no treino, isso está à disposição do treinador. A gente teve a preocupação, porque entendemos que deveria ser assim, de aumentar não só a quilometragem diária do treinamento, como a qualidade dessa quilometragem. Acredito que estamos melhorando e isso é visível a cada jogo", disse o treinador.

Tanto no empate contra o Fluminense, como diante do Santos, Mano alegou que faltou ao Corinthians segurar mais a bola no campo de ataque, ganhando respiro no setor ofensivo.

"Não é tão fácil manter nos 90 minutos o ritmo que impomos no primeiro tempo. O pecado que cometemos foi no fechamento do jogo. Puxamos dois, três contra-ataques, e essa é a hora de maturidade, de levar a bola para o canto, segurar um pouco, respirar, fazer o time sair de trás, porque o adversário está arriscando tudo que ele pode naquele momento, com zagueiros no um para um, como eles estavam. Você vai tendo que conter a qualidade do adversário. Esse pecado a gente cometeu", complementou o treinador.

O próximo jogo do Corinthians no Campeonato Brasileiro será contra o Athletico-PR, na quarta-feira, novamente na Neo Química Arena. Além de ter mais uma oportunidade de sair com os três pontos para abrir vantagem confortável da zona de rebaixamento, o Timão quer voltar a vencer como mandante depois de mais de um mês.