19/9/2016 08:01

Atacante foi de operador de máquinas a campeão da Libertadores no Corinthians

Atacante foi de operador de máquinas a campeão da Libertadores no Corinthians


Antes de integrar o elenco do Corinthians que conquistou pela primeira vez a Copa Libertadores da América em sua história, Élton quase desistiu do futebol. Reprovado em vários testes, o atacante virou operador de máquinas no interior baiano.

"Trabalhava numa gráfica que fazia a numeração de papéis. Foi por alguns meses porque as coisas não estavam dando certo", recordou o atleta, atualmente no JEF United-JAP ao ESPN.com.br.

Se não fosse pelo incentivo do pai, sargento de polícia, que pediu para o filho se dedicar somente aos gramados, a vida do jogador poderia ter sido completamente diferente.

Com 16 anos, ele passou em uma peneira no Palmeiras do Nordeste-BA e logo depois foi para o Iraty-PR, quando foi vice artilheiro da Copa São Paulo de futebol júnior de 2002. Com isso, se transferiu ao São Caetano.

"Como tinha pouco espaço no time fui emprestado ao Legia Varsóvia, em 2006. Cara, passei frio demais por lá. Tinha dia que eu colocava todas as roupas que tinha e mesmo assim chorava de frio (risos). Passava as pomadas nos pés, fazia de tudo e nada. Quando voltei ao Brasil estava com início de pneumonia".

A companhia dos ex-corintianos Roger Guerreiro e Edson Canhão ajudava a combater a solidão. Dentro de campo, ele viu o surgimento de um famoso centroavante do Bayern de Munique.

"Fui bem no Campeonato Polonês, jogamos os playoffs da Champions League, mas não passamos. O Lewandowski estava lá naquela época, mas era desconhecido ainda no mundo".

PRIMEIRO ACESSO DA CARREIRA

Depois de retornar ao Azulão, ele foi emprestado ao Santo André, seu maior rival, em 2008. Na equipe do ABC Paulista, Élton apareceu para o cenário nacional.

"Fui para pegar experiência e fui bem. Time foi campeão da Série A2 do Paulista e vice da Série B do Brasileiro. Tínhamos um elenco forte demais, todos se ajudavam. Era uma mescla de caras experientes como Fernando, Marcelinho Carioca e Neneca junto com garotos como Pará, Maikon Leite e Willians. Foi o único time que não perdeu pro Corinthians".

No ano seguinte, o centroavante foi contratado pelo Vasco, que iria jogar a segunda divisão nacional. "Fui artilheiro da Série B e foi bacana demais, me identifico muito com o clube".

O jogador foi emprestado no segundo semestre do ano seguinte ao Braga, de Portugal, e realizou o sonho de jogar a Uefa Champions League. Enfrentou clubes como Arsenal e Shakhtar, mas a equipe não se classificou para as oitavas de final por um ponto.

"Faltou muito pouco. Eu joguei duas vezes na competição, uma delas na vitória por 2 a 0 contra o Arsenal. Eu dei o passe em um dos gols, mas na Inglaterra levamos de 6 (risos)".

No começo de 2011, Élton retornou ao clube cruz-maltino, que foi campeão da Copa do Brasil e vice brasileiro naquela temporada.

"Foi uma das maiores conquistas da minha carreira. O gol que fiz nas quartas de final contra o Atlético-PR foi muito importante. Estávamos sendo eliminados, saí do banco e nos classificamos. Foi especial demais. Nosso grupo não tinha problema e vivíamos rindo o dia todo. Tenho saudade desse tempo".

INFILTRADO NA BOMBONERA

Com fim do contrato, surgiu uma proposta de vínculo por três anos com o Corinthians. "Eu queria ficar no Vasco, mas na tua carreia precisa ver o que é importante e optei pela estabilidade e mais tempo de contrato".

A mudança não poderia ter sido melhor. Na equipe comandada por Tite, que havia vencido o nacional diante de seu ex-time, o jogador foi campeão da Libertadores.

"Eu sou um cara que tenho muita sorte, aonde cheguei consegui título. Não tive noção do que foi na hora, acho que até hoje a ficha não caiu de verdade (risos). Eu fiz gol na vitória por 3 a 1 contra o Nacional no Paraguai. Tinha entrado no segundo tempo e o jogo estava difícil".

O duelo pelas quartas de final contra o Vasco foi um dos mais marcantes pela classificação dramática no Pacaembu. "Depois que a gente passou, vimos que a conquista seria nossa. Aquela defesa do Cássio no chute do Diego Souza nos fortaleceu demais e no final da partida o Paulinho fez o gol. Comemoramos demais".

Após eliminar o Santos na semifinal, a equipe de Parque São Jorge enfrentou o Boca Juniors na decisão. Na primeira partida da final na Argentina, um corintiano surpreendeu os jogadores por sua "loucura".

"As ruas estavam tomadas pelos torcedores deles. Um cara com a camisa do Boca viu nosso ônibus e se aproximou. Daí, ele mostrou que por baixo estava com uma do Corinthians e gritou: 'Aqui é Corinthians, caralho!'(risos). O cara estava infiltrado lá, é mole? Foi engraçado demais, todo mundo riu pra caramba".

O jogador acredita que o técnico Tite foi fundamental para o time vencer a competição continental. "Ele é um cara fenomenal, um dos melhores que já trabalhei até hoje. Ele tira tudo do cara, você nunca está satisfeito e sempre quer algo a mais".

REI DAS ARÁBIAS COM HOTEL CINCO ESTRELAS

Na reserva da equipe, Élton perdeu mais espaço com a chegada de Paolo Guerrero e foi para o Vitória. No time baiano, conseguiu mais um acesso e teve boas atuações. No começo do ano seguinte, foi para o Náutico e virou artilheiro do Pernambucano. No meio do ano foi vendido ao Al Nassr, da Arábia Saudita.

"Fazia 16 anos que o time não era campeão, venci a Copa do Príncipe e a Liga da Arábia. Fiz muitos gols e os torcedores até hoje mandam mensagem para mim. Saí como rei de lá. Ganhei do príncipe um celular, relógio com diamantes, que até hoje guardo, passagens pra Dubai e hotel cinco estrelas (risos)".

Em 2014, o centroavante teve rápida passagem pelo Flamengo, mas jogou pouco e fez apenas dois gols. "Cheguei fora de ritmo porque fiquei dois meses de férias. Até se adaptar é complicado porque na Arábia só tem treinos de noite e são menos intensos".

Ano passado, ele retornou ao Vitória e conquistou a quarta promoção para a Série A do Brasileiro na carreira. Neste ano, se transferiu para o JEF United, da segunda divisão do Japão.

"O começo foi complicado, mas minha família está adaptada. Todos gostam daqui. O país é extraordinário, ninguém quer voltar (risos). Para criar os filhos é demais. Não saio com medo mesmo de noite. Quer ficar muito tempo por aqui".

Dentro de campo, tudo está dando certo também. O centroavante tem 14 gols em 28 jogos pelo clube. "Ainda não sou artilheiro da competição, mas quero buscar isso. Faltam ainda 11 jogos".

Nem mesmo os pequenos terremotos, frequentes no país asiático, estão tirando o sono do atleta. "Às vezes tem uns tremores de terra, mas estou acostumando. Ontem mesmo teve um".


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5955 visitas - Fonte: ESPN

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