O volante Charles, do Corinthians, foi diagnosticado com deficiência de ferro e atualmente está sob acompanhamento médico para investigar a causa do problema. Após a realização de exames no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, sua esposa revelou a situação ao público. A Gazeta Esportiva entrevistou Carol Quadros, nutricionista esportiva do Inter de Minas, para esclarecer a condição do atleta e indagar sobre possíveis causas da falta de ferro em atletas de alto rendimento.

Segundo a especialista, a deficiência de ferro pode ocorrer devido ao aumento da demanda por esse mineral, necessário para suportar o aumento da massa muscular, e também devido ao bloqueio da absorção de ferro, frequentemente causado por processos inflamatórios que surgem após atividades físicas intensas. O exercício intenso pode gerar elevações nos níveis de hepcidina, um hormônio que regula a absorção de ferro, dificultando ainda mais a sua assimilação.

Carol apontou diversas opções de tratamento para a deficiência de ferro. No caso de Charles, que apresentava a condição durante exames periodicamente realizados pelo clube, o médico responsável, Dr. André Jorge, sugeriu suplementação. Embora os níveis de ferritina — a proteína que armazena o ferro no corpo — tenham melhorado, ainda não atingiram o nível desejado, o que levou à recomendação de novos exames para uma análise mais detalhada.

A nutricionista apresentou três estratégias para tratar a deficiência de ferro. A primeira é a modificação da dieta, focando no aumento da ingestão de ferro heme, que é mais facilmente absorvido pelo organismo, através de alimentos de origem animal. A segunda opção é a suplementação oral, indicada quando a correção alimentar não é suficiente. Por último, existe a possibilidade de administração intravenosa de ferro, que deve ser realizada pela equipe médica.

Carol ainda mencionou sintomas comuns da deficiência de ferro, que podem afetar tanto atletas quanto a população em geral. Esses sintomas incluem cansaço, falta de energia, dor nas pernas, dificuldades respiratórias, tontura, recuperação lenta após exercícios e redução no desempenho físico.

O impacto da deficiência de ferro no desempenho de Charles é significativo, visto que esse mineral é crucial para a produção de hemoglobina, essencial no transporte de oxigênio dos pulmões para os músculos. Quando há uma diminuição na capacidade de transporte desse oxigênio, ocorre uma redução na produção de energia e na função cognitiva do atleta.

De acordo com a nutricionista, a deficiência de ferro é mais comum entre atletas do que se imagina, sendo que mulheres, em particular, estão mais suscetíveis devido ao sangramento menstrual mensal. Os atletas têm uma probabilidade de até 35% maior de desenvolver esse problema em comparação ao restante da população.

Apesar do diagnóstico, Charles está bem fisicamente e tem treinado normalmente, retornando ao campo na reapresentação do elenco no CT Dr. Joaquim Grava. Ele continua à disposição do técnico Dorival Júnior para os próximos jogos do Corinthians.

Desde sua contratação, o volante acumulou 53 partidas com a equipe, tendo marcado um gol e dado uma assistência. Nesta temporada, já participou de 29 jogos, sendo 13 como titular. Em sua última partida, atuou improvisado na lateral-direita devido à ausência de Matheuzinho, cometeu um pênalti no clássico contra o Palmeiras.

O próximo desafio do Corinthians será contra o Athletico-PR, na volta das quartas de final da Copa do Brasil, marcado para o dia 10 de setembro, às 21h30, na Neo Química Arena, em São Paulo.

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