O Corinthians enfrenta uma de suas maiores crises políticas de todos os tempos. No último sábado (31), o Parque São Jorge foi palco de um conflito envolvendo o presidente afastado, Augusto Melo, que tentou reassumir o poder ao apresentar um documento destituindo o presidente do Conselho, Romeu Tuma Jr. Passada uma semana, o clima ainda é de ebulição, com o presidente interino, Osmar Stábile, promovendo mudanças na diretoria. Augusto Melo contesta a validade da votação que o afastou, alegando que a Comissão de Ética havia afastado Romeu Tuma Jr. no início de abril, sem notificação formal. A destituição de Augusto ocorreu em meio a investigações sobre possíveis irregularidades no contrato de patrocínio do clube com a casa de apostas Vai de Bet, caso no qual ele foi indiciado pela Polícia Civil por associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro.

Em entrevista exclusiva ao Lance!, Armando Mendonça, vice-presidente do Corinthians, criticou o comportamento de Augusto Melo, especialmente sua tentativa de reassumir o comando do clube após o impeachment. Segundo Mendonça, a gestão de Melo criou uma "baderna" no clube desde o início, culminando na tentativa de golpe ocorrida em 31 de maio. Ele ressaltou que a instabilidade política provocada por Melo tem afetado a imagem e a reputação do Corinthians perante seus sócios e torcedores.
Quanto às críticas sobre a condução parcial do Conselho Deliberativo, Mendonça defendeu a imparcialidade da maioria dos conselheiros diante das questões envolvendo Augusto Melo. Ele afirmou que as recentes decisões do conselho, como a reprovação das contas, foram baseadas em pareceres técnicos do Conselho Fiscal e do Conselho de Orientação, não sendo decisões políticas. Mendonça também ressaltou que a instabilidade política não tem prejudicado o desempenho do time de futebol, pois jogadores e comissão técnica estão focados em seus compromissos.
Por fim, Mendonça abordou a situação financeira encontrada pela atual gestão, negando a existência dos R$ 3 bilhões em acordos supostamente trazidos por Augusto Melo. Ele destacou o aumento considerável das despesas e a falta de controle nas contas, sendo necessário organizar o fluxo de caixa deixado pela gestão anterior.