O técnico Dorival Júnior completou, nesta semana, um mês à frente do Corinthians , período marcado por intensas mudanças no elenco, desafios táticos e uma profunda crise política no clube – que culminou no impeachment do presidente Augusto Melo.

Dorival Jr. técnico do Corinthians durante partida contra o America de Cali no estádio Arena Corinthians pelo campeonato Copa Sul-americana 2025. © Fabio Giannelli/AGIF Empresário cobra comissão por transferência de Memphis ao Corinthians Dorival Júnior mantém problema antigo na defesa do Corinthians.

O levantamento foi feito pelo ge (Globo Esporte) , que traçou um raio-x do início da trajetória do treinador no Timão. Contratado no final de abril para substituir Ramón Díaz, Dorival teve pouco tempo para implementar seu estilo, mas conseguiu dar os primeiros sinais de transformação em campo.

No entanto, a campanha ainda não foi suficiente para evitar a eliminação precoce na fase de grupos da Copa Sul-Americana.

Desde que chegou, Dorival não repetiu uma única escalação. Em nove jogos, nove formações diferentes foram utilizadas. A decisão, segundo o próprio treinador, visa preservar a parte física do elenco, evitando desgastes como os que precederam a goleada sofrida diante do Flamengo.

“O principal é ter uma equipe recuperada em campo. Fisicamente, não alcançamos os resultados que queríamos”, disse o técnico durante a coletiva de imprensa pós-jogo.

Se um dos principais motivos da saída de Ramón Díaz foi a fragilidade defensiva, Dorival mostrou evolução nesse aspecto. Em nove jogos sob seu comando, o Corinthians sofreu apenas seis gols – média inferior a um por partida.

Reforços “caseiros”: espaço para preteridos. Com o rodízio implantado, jogadores antes esquecidos voltaram a ganhar protagonismo. É o caso de Maycon, que assumiu papel de titular como primeiro volante, e Cacá, reintegrado ao sistema defensivo.

Já o zagueiro Félix Torres, criticado por expulsões recentes, foi reposicionado como lateral-direito e vem se destacando na nova função.

Dorival teve menos de dez sessões completas de treino com o elenco desde que chegou. Com um jogo a cada três dias, a comissão técnica tem recorrido ao uso intensivo de vídeos para acelerar o processo de adaptação tática.

A expectativa é que o treinador ganhe tempo para ajustes após a próxima partida, contra o Vitória, com a pausa do Brasileirão durante a Data Fifa de junho.

Nova cara no campo: fim do losango. O clássico losango de Ramón Díaz foi abandonado. Dorival implantou um 4-1-4-1 , com Maycon mais recuado e Raniele em posição mais ofensiva, até mesmo infiltrando na área rival.

“Raniele tem características que podem ser bem aproveitadas mais à frente. É um jogador importante no grupo”, destacou Dorival.

Carrillo, um dos destaques da era anterior, passou a atuar mais aberto pela direita. Já Yuri Alberto segue isolado no ataque, e o aguardado trio Garro, Memphis e Yuri só deve atuar junto após a pausa, devido à lesão do camisa 9.