Após entrar na 36ª rodada do Brasileirão em oitavo, o Corinthians terminou o domingo na décima posição depois de perder para o Flamengo por 2 a 1, no Maracanã, sendo ultrapassado por Athletico-PR e Santos. Na segunda-feira, o Bragantino, que pega o Sport, também pode superá-lo.

O Timão volta a campo na quarta-feira, contra o Santos, na Vila Belmiro, em jogo atrasado da 33ª rodada.

Em entrevista coletiva, o técnico Vagner Mancini admitiu a dificuldade, mas manteve a fé por uma vaga na Libertadores. Ele negou, porém, que vá encarar como fracasso caso não a consiga.

– De maneira alguma (um fracasso), o objetivo número 1 era sair da situação em que a gente se encontrava, em 17º lugar, chegamos a figurar em oitavo lugar. Ainda vamos jogar nove pontos, algumas outras equipes têm só mais seis a disputar, e temos totais chances ainda. Ficou mais difícil como foi ao longo de todo o campeonato. Não foi fácil sair de 17º para chegar em oitavo, foi muito difícil, por isso a gente acredita – afirmou o treinador do Timão.

O técnico apontou a própria partida contra o Flamengo como um exemplo na busca pelos pontos.

– Enfrentamos uma equipe que, com o Inter, é apontada com reais chances de títulos, e enfrentamos em igualdade de condições, então podemos fazer um bom jogo contra o Santos na Vila, depois temos o Vasco em casa e o Internacional fora, todos jogos que serão equilibrados – projetou.

O treinador admitiu que a estratégia do Corinthians no Maracanã era tirar os espaços do Flamengo e apostar nos contra-ataques. O técnico acredita que tenha faltado pouco para um melhor resultado.

– Nossa estratégia foi bem montada. A equipe se empenhou demais em cima disso, marcou um pouco mais baixo tentando tirar o campo de jogo do Flamengo, que tem um ataque veloz, que precisa de espaço. Nós diminuímos o espaço e, com isso, aumentamos a marcação. Um time compacto que não deu muita entrada de bola pelo centro do campo, exigindo que o Flamengo jogasse mais por fora, onde dá mais tempo de fazer marcação e coberturas. A estratégia foi boa. Faltou um pouquinho de velocidade na nossa saída de bola, talvez ela não tenha sido mais competente em função disso.

– No gol de empate tivemos uma jogada do que era a tônica do jogo, sair rápido, achar um dos velocistas da frente. De uma maneira geral, sempre que você perde dá a impressão que a estratégia não deu certo. Mas do que vi no jogo, o Corinthians lutou em igualdade de condições e teve oportunidades também na partida – analisou o treinador.

Em 35 jogos no Campeonato Brasileiro, o Timão chegou a 44 gols sofridos. O recorte dos últimos cinco jogos mostra um time que levou dez gols. Para Mancini, a mudança na característica de alguns jogadores tirou do time pontos fortes nos aspectos defensivos.

– Nestes últimos jogos diminuímos a estatura do time e a gente vem sofrendo com isso, seja em escanteios, faltas laterais ou até naqueles lances de segunda bola. A saída do Jô e do Jemerson fez a gente ter uma estatura menor, e a gente tem sofrido com isso, sim. Não justifica alguns gols que foram tomados, aí entra em cena algumas outras coisas que são tão importantes quanto estatura: é você atacar a bola, é você minimizar algum tipo de erro, então estamos de certa forma pecando em alguns detalhes e por isso temos tomado muitos gols. Isso me incomoda muito. A segurança de uma equipe é você tomar poucos gols para que possa ganhar a maioria das partidas – disse o técnico.

Questionado se será possível montar um time melhor na sequência da temporada com pouco investimento em reforços, o treinador disse que ainda não é o momento de tratar do assunto, mas admitiu que o elenco tem problemas.

– Temos limitações no elenco, isso já foi falado, conta com alguns atletas da base, outros talvez que a gente consiga idealizar algum tipo de negociação, Duilio (presidente) até já falou sobre isso à imprensa. Não é neste momento de tocar neste assunto, ainda é cedo, mas há a necessidade, como qualquer time que tenha reforços. Depende muito do que vamos ter de fôlego financeiro para estabelecer algum tipo de parâmetro.

Veja mais trechos da coletiva:


Sobre o gol do Gabigol

– Tive a informação depois da partida que a televisão ficou muito em cima do segundo lance, aí havia dúvida do primeiro, ainda não consegui ver numa tela mais ampla para falar com mais certeza, mas é um lance polêmico, não tenha dúvida. Tem gente dizendo que o pé do Fábio Santos deu chance para que a linha fosse dimensionada, mas enfim, são lances que estamos acostumando a ver, o VAR demorando para tomar as decisões, a gente lamenta. O futebol é um esporte em que a emoção joga junto com quem participa da partida, e quando para o jogo por 5 minutos gera uma série de fraturas no ambiente. Os nervos se elevam e daí o alto número de cartões amarelos.

Bronca com a arbitragem

–Houve uma intolerância dos atletas dos dois times à arbitragem do Rafael Traci, e o que enervou um pouquinho a equipe do Corinthians foi que os cartões foram aplicados apenas para a nossa equipe. Houve uma reclamação no banco, e ele deu cartão amarelo para o Ramiro. O banco do Flamengo também atuou desta forma ao longo do jogo e nem por isso ele foi lá. Ao término da partida, a dois ou três minutos, o banco estava todo ao lado do Rogério Ceni. O que incomodou foi que foi usado um peso diferente nos cartões aplicados à nossa equipe.

Recuperação de Araos

– Sobre Araos, uma das funções do treinador é exatamente essa, recuperar jogadores. Neste momento, temos Mosquito, Natel e Araos vivendo boa fase, assim como Davó já viveu. A opção da troca é que o campeonato é longo e exige isso, ninguém consegue viver alta performance por um tempo muito longo. Por isso vamos fazendo as trocas necessárias. Contra o Santos, não tenho o Fagner, mas tenho o Michel. Em outro momento quero deixar a equipe mais alta, aí tenho a entrada do Jemerson, do Jô, quero uma equipe mais rápida, mais intensa, aí vamos de Mosquito, Natel, Araos...E o Araos realmente veio nestes últimos tempos mostrando nos treinos uma grande capacidade de romper linhas, e temos tentado usá-lo nesta função. É muito claro quando você tem uma estratégia de ficar mais atrás para tirar o espaço do Flamengo, você tem de ter jogadores que tenham essa dinâmica de romper linhas, de chegar facilmente à frente, e nosso gol saiu exatamente numa jogada assim.

Michel Macedo titular

– É muito cedo ainda para a gente falar do jogo do Santos, mas a possibilidade maior, é óbvio, sem a presença do Fagner, é o Michel, que é da posição e está esperando. Fagner teve uma sequência de 25 jogos de titular, jogando os 90 minutos em todos eles. Michel deve entrar na lateral, não há prognóstico para a mudança de esquema. Neste clássico precisamos ter uma estrutura bem montada e organizada para que a gente possa enfrentar o Santos em igualdade de condições. Eles têm Soteldo e Marinho, mas também temos jogadores capazes de decidir a partida.






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