No dia em que completará o centésimo jogo em sua arena, o Corinthians pode, enfim, levantar a primeira taça no local. Enfrenta a Ponte Preta, às 16h (de Brasília), neste domingo, no segundo jogo da final do Paulista. Como venceu por 3 a 0, em Campinas, será campeão com empate ou até derrota, desde que no máximo por dois gols.

Para muitos corintianos, o título significará o primeiro na casa própria em 117 anos, embora a Arena em Itaquera tenha sido inaugurada em 18 de maio de 2014, há quase dois anos.

A Arena Corinthians foi inaugurada em 18 de maio de 2014, há quase dois anos. E o mais próximo que o time já chegou de levantar um troféu no local foi durante a disputa do Campeonato Brasileiro de 2015. A taça, porém, veio em São Januário.

O clube também jogou outros dez torneios em casa, mas não conseguiu a taça em nenhum deles. Para complicar, a marca que passou a carregar dentro da Arena é negativa.

Isso porque, em 12 confrontos de mata-mata no local, o Corinthians acumula seis classificações e seis eliminações, o que valeu até o apelido de "Eliminates Arena", dado pelos torcedores rivais. Foram quedas para Palmeiras, Santos, Internacional, Audax, Guaraní, do Paraguai, e Nacional, do Uruguai - estas duas pela Libertadores.

Desejado por muitos torcedores, o estádio próprio foi motivo de frustração ao longo das décadas de 1960, 70, 80, 90 e 2000. Diferentes diretorias anunciaram projetos ousados, mas que nunca saíram do papel. Pior, viraram motivo de gozação.

A Arena, que fica em Itaquera, quebrou essa escrita. Ela começou a nascer em 2011 e virou realidade em 2014, pouco antes da Copa do Mundo no Brasil. Mas, na história, ela foi a terceira casa alvinegra, embora poucos se lembrem disso.

A primeiro estádio corintiano foi o da Ponte Grande, numa área que hoje ficaria próxima à Ponte das Bandeiras, no centro. Adquirido junto à prefeitura pelo clube, o local teve as arquibancadas construídas pelos torcedores no sistema de multirão. Era modesto, com capacidade para 8.000 pessoas. Foi inaugurado em 1918 e chegou a ser usado até 1927, quando foi repassado para a Associação São Bento, clube já extinto.

O Corinthians foi campeão paulista em 1923 na Ponte Grande. Chegou a disputar muitas partidas dos Paulistas de 1922 e 1924, dos quais também foi campeão, e até enfrentou a seleção brasileira em um amistoso, que terminou empatado por 1 a 1.

A segunda casa corintiana foi na zona leste, no Parque São Jorge. Adquirido em 1926 e inaugurado em 1928, em um amistoso contra o América-RJ (2 a 2), o local viu o Corinthians vencer quatro Estaduais: 1928, 1937, 1938 e 1939.

Com a inauguração do Pacaembu em 1940, a Fazendinha (como também era chamado) acabou sendo preterido, recebendo poucos jogos e muitas vezes partidas de pequena importância para o clube. Nas duas últimas décadas, foi esquecido de vez.

Já na Arena a festa tem tudo para ser completa. A equipe alvinegra completará o centésimo jogo. O restropecto é de 69 vitórias, 23 empates e sete derrotas. Ou seja, 69,7% dos pontos disputados em casa. Foram 184 gols feitos e 59 sofridos.

A equipe foi cinco vezes vice do Paulista - 1970, 1977, 1979, 1981 e 2008 -, também perdeu título de Série B e da Copa Sul-Americana, o que motivou gozações especialmente dos torcedores do Guarani ao longo das décadas.

A equipe de Campinas tem troféus de menor importância em sua sede, como os cinco títulos de campeão do Interior, uma taça da segunda divisão do Paulista e dez campeonatos campineiros - conquistas que ficaram no passado.

Se o Corinthians for campeão neste domingo, levantará o troféu no 19º estádio diferente.

O palco onde mais vezes o Corinthians soltou o grito de campeão foi o Morumbi.

O estádio do São Paulo, inaugurado em 1960, viu 14 títulos corintianos, sendo três Brasileiros e oito Paulistas. Dois deles são inesquecíveis para os torcedores alvinegros: o Estadual de 1977, que encerrou um jejum de 23 anos sem títulos, e o Nacional de 1990, que foi o primeiro título do principal campeonato do país para o clube.

O segundo estádio que mais vezes viu o Corinthians campeão foi o Pacaembu. Inaugurado em 1940 e casa do time até 2014, foram 11 taças alvinegras. Algumas muito importantes como a Copa Libertadores. Mas também conquistou a Recopa Sul-Americana, três Torneios Rio-São Paulo e três Campeonatos Paulista. Outras não tem tanto peso hoje, mas foram comemoradas: o Torneio Quinela de Ouro (torneio entre os clubes de Rio e São Paulo) e a Série B do Brasileiro, conquistada em 2008.

Veja os estádios que já viram o Corinthians campeão:

> Morumbi, 14 taças
Campeonato Brasileiro: 1990, 1998 e 1999
Supercopa do Brasil: 1991
Torneio Rio-São Paulo: 2002
Copa Bandeirantes: 1994
Campeonato Paulista: 1977, 1979, 1982, 1983, 1997, 1999, 2001 e 2003

> Pacaembu, 11 taças
Copa Libertadores: 2012
Recopa Sul-Americana: 2013
Campeonato Brasileiro: 2011
Brasileiro Série B: 2008
Torneio Rio-São Paulo: 1950, 1954 e 1966
Torneio Quinela de Ouro:1942
Campeonato Paulista: 1951, 1954 e 2009

> Parque São Jorge, 4 taças
Campeonato Paulista: 1928, 1937, 1938 e 1939

> Parque Antarctica (Palestra Itália), 3 taças
Campeonato Paulista: 1914, 1916 e 1929

> Vila Belmiro, 3 taças
Campeonato Paulista: 1930, 1941 e 2013

> Maracanã, 2 taças
Mundial de Clubes: 2000
Torneio Rio-São Paulo: 1953

> Outros
Internacional, Yokohama, Japão
Mundial de Clubes: 2012

Serra Dourada, Goiânia
Campeonato Brasileiro: 2005

Olímpico, Porto Alegre
Copa do Brasil: 1995

Serejão, Taquatinga
Copa do Brasil: 2002

Beira-Rio, Porto Alegre
Copa do Brasil: 2009

Santa Cruz, Ribeirão Preto
Campeonato Paulista: 1995

Brinco de Ouro da Princesa, Campinas
Campeonato Paulista: 1988

Artur Simões, Jaú
Campeonato Paulista: 1952

Jardim América, São Paulo
Campeonato Paulista: 1924

Ponte Grande, São Paulo
Campeonato Paulista: 1923

Floresta, São Paulo
Campeonato Paulista: 1922

FICHA TÉCNICA
CORINTHIANS X PONTE PRETA

Local: estádio de Itaquera, em São Paulo (SP)
Data: 7 de maio de 2017, domingo
Horário: 16h (de Brasília)

Árbitro: Leandro Bizzio Marinho
Assistentes: Tatiane Sacilotti e Miguel Cataneo

CORINTHIANS: Cássio; Fagner, Balbuena, Pablo e Guilherme Arana; Paulo Roberto, Jadson, Camacho, Maycon e Romero; Jô
Técnico: Fábio Carille

PONTE PRETA: Aranha, Marllon, Kadu (Yago) e Reynaldo; Nino Paraíba, Fernando Bob, Elton (Renato Cajá) e Artur; Lucca, Clayson e Pottker
Técnico: Gilson Kleina