10/3/2017 15:55

Tática não significa retranca

Tática não significa retranca
Por muitos anos, aqui no Brasil, a parte tática do futebol foi deixada de lado, pouco discutida e analisada. Muitos pensavam que, com a quantidade de craques que produzíamos, o talento sempre bateria o que alguns chamavam de “futebol de laboratório”. O que não era verdade.
 
Tínhamos craques de sobra, mas só ganhamos uma Copa do Mundo, em 1958, com uma seleção que tinha uma novidade na armação tática, o 4-3-3, que surpreendeu o mundo, com Zagallo, que seria o ponta-esquerda do time, recuando e ajudando o meio-campo. O próprio time de 1970, considerado por muitos o melhor time de todos os tempos, contava com inúmeros craques, só que também era muito bem montadada, com um centroavante (Tostão) que abria espaços e não ficava parado entre os zagueiros, a movimentação dos atacantes e um time que recuava quando o adversário tinha a posse de bola, para sair em contra-ataques rápidos quando recuperava a posse de bola.
 
A equipe que conseguiu o tetra, em 1994, contava Romário, mas tinha um esquema definido - que muitos ainda chamam de defensivo - e o time do penta (2002), mesmo com o trio Ronaldo, Ronaldinho e Rivaldo, tinha uma formação que alterava a formação tática durante a partida.
 
Hoje a parte tática é vista de outra maneira e sua importância é reconhecida, mas ainda sobrevive o conceito de que tática significa retranca.
 
Por incrível que possa parecer, os treinadores – que ganharam uma importância incrível depois da década de 1990 por aqui - têm grande culpa nisso. “Vou começar acertando o time pela defesa” é a primeira declaração de um treinador quando chega para treinar um clube. E sempre quando eles têm alguma dúvida na formação da equipe, escolhem a opção mais defensiva.
 
Até foi criada a nefasta expressão “nó tático” – muito usada também jornalistas - que só é usada quando um técnico consegue segurar um time mais forte. O termo estrategista também é usado para o treinador que sabe armar seus times com forte defesa, o que é a coisa mais fácil no futebol.
 
Dentro do conceito que liga tática com retranca é deturpado o conceito de times equilibrados. O termo “equilíbrio” deve ser usado para o time bem distribuído em campo e não que tenha os índices defensivos e ofensivos próximos. Não vejo problema quando uma equipe faz muitos gols e ganha, mesmo sofrendo tentos. Quando isso acontece, não me incomoda, pois mostra como um time consegue, também com soluções táticas marcar gols, o que é muito mais difícil, como já disse, do que destruir. Com o tempo, o sistema ofensivo se arruma, sem precisar tirar o poder ofensivo da equipe.  
 
Quando se fala em armação tática não se pode limitar na formação da equipe – 4-4-2, 3-5-2, 3-4-3, é preciso acompanhar como a equipe se movimenta. Por exemplo, o que acontece com o lateral-direito no momento em que a bola está no lado esquerdo do campo. E quais são as movimentações que podem surpreender o adversário. Mesmo nos gráficos montados para explicar a formação tática de uma equipe sempre são detalhadas as arrumações defensivas de uma equipe. A parte ofensiva é mostrada apenas em lances contra-ataques.
 
Nunca se pode classificar como "substituição tática" todas as trocas de um atacante por um volante - olha a mentalidade retranqueira aparecendo de novo -, nos últimos minutos de jogo, para segurar o resultado. Pelo andar da partida pode ser um erro terrível e quando o panorama do jogo não pede a troca, a equipe modificada vai tomar o gol, pois acaba chamando o adversário para o seu campo.
 
Não podemos esquecer que um jogo de futebol precisa ser analisado por vários aspectos, mas confundir armação tática – extremamente importante - apenas com o setor defensivo é um grande erro, que parece não terminar no nosso futebol. Quem curte a parte estratégica não pode deixar que o uso da palavra “tática” esteja sempre associada apenas com o lado defensivo de um jogo de futebol.


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