Carregando a 10 nas costas, Guilherme ainda não falou com Oswaldo sobre ter virado 9 (foto: Sergio Barzaghi/Gazeta Press)


Camisa 10 do Corinthians, o meia Guilherme virou um 9 em seus dois últimos jogos. E chamou a atenção com dois gols marcados contra o Santa Cruz e duas assistências realizadas diante do América-MG. Na tarde desta segunda-feira, no entanto, o atleta mostrou que ainda não está completamente confortável na nova função.

“Sou um meia-atacante”, definiu Guilherme, quando questionado sobre o seu posicionamento. “Já joguei no ataque, mas tive uma grande sequência de anos atuando como meia, então me sinto melhor ali. Só que não vejo problema em jogar no ataque. Tive um treinador que falava que não sou um camisa 9 nem um 10, mas um 9,5”, brincou.

Mesmo que esteja apenas 0,5 de distância entre as camisas 9 e 10, Guilherme ainda precisa se readaptar para ser um homem de referência no ataque. A chance de jogar ali apareceu porque o paraguaio Ángel Romero (que se sai melhor na ponta) estava em ação nas Eliminatórias para a Copa do Mundo e Gustavo (ainda sem nem um gol marcado pelo clube) lesionou a coxa esquerda.

“Não é que eu nunca tenha feito essa função ou não consiga fazer. Muito ao contrário. Mas era algo que estava encalhado, que eu não exercia há muito tempo. Por mais qualidade que eu tenha, preciso de uma readaptação de movimentos, da forma de me posicionar dentro da área. Mas consigo fazer bem”, garantiu Guilherme, que ainda não conversou com o técnico Oswaldo de Oliveira sobre o assunto. “Neste momento decisivo, não entra muito em questão se vou jogar dessa ou de outra forma.”

Quando o Corinthians aspirava ter mais do que o título da Copa do Brasil e a vaga na próxima Copa Libertadores da América para disputar no momento decisivo da temporada, Guilherme sofria para se encaixar na equipe. O jogador vindo do turco Antalyaspor foi alvo de alto investimento e chegou com a missão de ser o substituto de Renato Augusto, vendido ao chinês Beijing Guoan.

“Um pouco antes de o Tite sair, conversamos e fizemos um reajuste, já que eu estava com dificuldades naquele 4-1-4-1, não conseguindo render ofensivamente e sendo muito cobrado. Passei a jogar me aproximando mais do centroavante, e o meu futebol cresceu. Por circunstâncias, saí do time. Agora, retornei em uma posição que nem esperava, mas estou me saindo bem, com muita vontade de ajudar o Corinthians”, concluiu o camisa 9,5, que chegou a entrar em atrito com o antigo técnico Cristóvão Borges por ter parado no banco de reservas. Sob o comando de Tite, não gostava da exigência para se dedicar à marcação.