A recente decisão da Justiça em relação às investigações envolvendo Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians, e o gestor financeiro Roberto Gavioli gerou repercussões significativas. O Ministério Público havia apresentado uma denúncia contra os dois dirigentes, acusando-os de suposto uso indevido do cartão corporativo do clube, que teria se traduzido em mais de 200 gastos considerados pessoais entre agosto de 2018 e fevereiro de 2021, totalizando aproximadamente R$ 480 mil.

A juíza Marcia Mayumi Okoda Oshiro, da 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital, decidiu rejeitar parte das acusações do MP, especialmente aquelas relacionadas a lavagem de dinheiro e crimes tributários, alegando "falta de justa causa". Contudo, a magistrada reconheceu que a denúncia estava correta em descrever os fatos referentes ao crime de apropriação indébita, o que possibilitou o prosseguimento da ação sobre este ponto específico.

Entretanto, a juíza também manifestou que o crime de apropriação indébita não pode ser julgado na vara em questão, o que resultou no encaminhamento do caso para outra vara da Justiça Criminal para análise e julgamento. Em sua decisão, ela declarou a incompetência do juízo e determinou a redistribuição dos autos.

A defesa de Andrés Sanchez expressou satisfação pela rejeição da maior parte das acusações e reafirmou a inocência do ex-presidente, afirmando que irá provar sua absolvição no decorrer do processo. No entanto, Gavioli ainda não se manifestou publicamente sobre o caso. Além disso, a juíza impôs algumas medidas cautelares aos denunciados, incluindo a proibição de contato com testemunhas e dirigentes do Corinthians, bem como a proibição de deixar o país sem autorização judicial, ressaltando que o descumprimento poderia levar à prisão preventiva.

Adicionalmente, a decisão incluiu o bloqueio de bens de Andrés e Gavioli, até o limite de R$ 480.169,60, com o intuito de garantir um possível ressarcimento ao Corinthians caso se comprova a necessidade. O MP, por sua vez, continuou as investigações sobre irregularidades em despesas de outros ex-presidentes do clube, demonstrando a abrangência e gravidade das alegações em curso.