7/7/2015 18:03

Após empatar sem gols com o Goiás, no Serra Dourada, Corinthians aposta no bom retrospecto que tem em sua arena para bater o Atlético-PR e entrar na zona de classificação para a Libertadores.

Após empatar sem gols com o Goiás, no Serra Dourada, Corinthians aposta no bom retrospecto que tem em sua arena para bater o Atlético-PR e entrar na zona de classificação para a Libertadores.

Após empatar sem gols com o Goiás, no Serra Dourada, Corinthians aposta no bom retrospecto que tem em sua arena para bater o Atlético-PR e entrar na zona de classificação para a Libertadores.
Souza era daqueles jogadores que não saía de campo sem uma boa provocação ao adversário, principalmente se fosse um grande rival. Nos tempos em que vestiu a camisa do Flamengo – clube que afirma ser o do coração –, cada gol que marcava era uma oportunidade de zoar quem estivesse na berlinda, fosse Fluminense, Vasco ou Botafogo. Só que os tempos mudaram, a cidade e as cores da camisa também, assim como o próprio centroavante, que tenta se reinventar no Paysandu. Hoje disputando pela primeira vez uma Série B do Brasileiro, o centroavante de 33 anos garante viver – e aparenta mesmo – dias mais calmos, longe das festas e de polêmicas, tudo bem diferente da época áurea de sua trajetória no mundo da bola.

A clássica cena do “chororô”, desdenhando do Botafogo, e a suposta comemoração do título da Taça Guanabara de 2008 com tiros de arma de fogo para o alto nas proximidades de uma casa de show do Rio de Janeiro são apenas alguns dos fatos que marcaram a vida do jogador e fazem relembrar os polêmicos causos de Romário e Edmundo nos anos 90. Não à toa são seus ídolos no futebol.

– O chororô foi engraçado. Fomos campeões cariocas e eles alegaram que teve um pênalti, uma falta, não me recordo. No mesmo dia eles foram para a sala de imprensa reclamar desse acontecimento e começaram a chorar. Aí, no outro jogo contra eles, eu fiz gols e comecei a fazer o chororô. A torcida do Botafogo tem muita raiva de mim. Sem chances de ir jogar lá. É um grande clube, grande torcida, mas eu não almejo isso para a minha vida.
Fazendo jus à nova fase, o jogador recebeu a equipe do GloboEsporte.com sob o sol escaldante, temperatura média de 35 graus Celsius, em pleno verão amazônico, e tudo isso com um largo sorriso no rosto. Souza fez um balanço da carreira, voltou a desmentir a comemoração inusitada com arma e declarou estar numa fase relax, desacelerando o ritmo aos poucos e com o sonho de pendurar as chuteiras no clube que o revelou.
A torcida do Botafogo tem muita raiva de mim. Sem chances de ir jogar lá. É um grande clube, grande torcida, mas eu não almejo isso para a minha vida"

Souza, ex-atacante
do Flamengo

– Aquilo não existiu (tiros). Hoje em dia já sou um cara muito mais tranquilo. Naquela época eu não engolia muito sapo, como faço hoje. Tem algumas coisas no futebol que precisamos aceitar e fingir que não estamos vendo. Hoje em dia eu conto até 10, respiro fundo e fico tranquilo. Tanto que falavam que eu era polêmico e “bad boy”. Mas estou bem, acho que tenho 2015 e mais um ano como jogador. Tenho uma enorme vontade de encerrar a carreira no Madureira, onde tudo começou e onde eu quero que tudo termine – relata.

Em Belém, Souza é aplicado e tem o costume de chegar bem cedo aos treinamentos, antes da maior parte do time. O centroavante é um dos mais experientes do grupo do Paysandu ao lado do ex-companheiro de Bahia Fahel, do volante Augusto Recife e do zagueiro Fernando Lombardi. Apesar do currículo de peso e do passado de glórias, o jogador vem amargando a reserva. Ele lida com a situação com paciência, garantindo empenho para uma mudança de quadro.

– Feliz, feliz eu não estou, minha vontade era estar jogando. Mas estou me empenhando nos treinamentos para ganhar a vaga de titular. Não penso em deixar o clube. Até porque faltam três ou quatro meses para o fim da competição. Eu vou manter aqui até o final (do contrato). A reserva é uma opção do treinador, temos que respeitar, e, quando a oportunidade aparecer, correspondermos dentro de campo – salientou.

"SOU PRIVILEGIADO"

Ao longo da entrevista, Souza fez questão de deixar claro que se orgulha muito do período em que jogou em Flamengo e Corinthians, clubes que considera "gigantes". Os tempos de Gávea e Timão foram fundamentais para moldá-lo como jogador e homem. Por isso se mostra grato, também, às duas torcidas, e aguarda o momento em que poderá voltar ao Maracanã não mais como jogador, mas como mais um nas arquibancadas.

– Jogar no Flamengo e no Corinthians é totalmente diferente do que você possa imaginar. São gigantes. Torcida, imprensa, é tudo focado nesses dois clubes no futebol brasileiro. Chamam muito a atenção. Só tenho a agradecer que passei pelas duas torcidas. A do Flamengo, onde eu vou estar no Maracanã um dia, torcendo sempre; e a do Corinthians, que é muito fiel, fanática. Sou muito feliz por ter jogado nos dois maiores clubes brasileiros.
Ainda garoto, morador do bairro de Bento Ribeiro, Zona Norte do Rio de Janeiro, Souza começou a treinar no Tricolor Suburbano. Não demorou muito para chamar a atenção do Vasco, integrando a base do clube da Colina. Lá, conheceu dois de seus maiores ídolos no futebol: Romário e Edmundo.

– Tive o privilégio de trabalhar com três jogadores que eu admiro muito e são meus ídolos no futebol: Romário, Edmundo e Ronaldo. Então, sou um cara privilegiado. Fiz dupla de ataque com Romário e Edmundo no Vasco e com o Ronaldo no Corinthians. Difícil eu falar com o Ronaldo, apesar de a gente ter nascido no mesmo bairro, mas ele sempre me tratou muito bem. Aprendi muito com os três. Foram muito legais comigo. Ajudaram muito na minha carreira como jogador de futebol – contou com orgulho.

Quase 10 anos depois da chegada ao Vasco, o atacante desembarcava em São Paulo para ser apresentado ao Corinthians, comprado por R$ 7 milhões junto ao grego Panathinaikos. Mais do que dinheiro e prestígio, no Timão ele teve a oportunidade de jogar ao lado de Ronaldo Fenômeno. Independentemente da idade e do peso, Souza relembra que o ídolo era imbatível na parte técnica, garantindo vitórias, também, em apostas nos treinos.

– Quando voltei da Grécia, fui para o Corinthians. Joguei ao lado de Roberto Carlos e Ronaldo naquela época. Ser reserva dele (Ronaldo) era uma honra. Dois anos felizes. Conquistei títulos, fiz boas amizades, bons jogos, e sempre tem histórias. Nos treinos de finalizações, ele apostava com a gente e sempre ganhava. Brincava comigo e com o Dentinho, a galera toda. A qualidade que ele tinha para bater na bola era impressionante – relembrou.

AUGE TÉCNICO

Apesar do orgulho de jogar nos dois clubes mais populares do Brasil, a história de Souza no futebol vai além de Flamengo e Corinthians. O atacante teve passagens importantes por Vasco, Internacional, Bahia, Vitória e Goiás. Foi no Esmeraldino, inclusive, que viveu a sua fase mais goleadora. Ele foi artilheiro do Brasileirão em 2006, com 17 gols.

– Minha melhor fase foi de 2005 a 2009, meu auge como jogador. No Inter fui campeão gaúcho, fiz dois gols das finais de 2005. De lá fui para o Goiás, onde me tornei artilheiro. Profissionalmente foi o melhor ano, pela artilharia e pelos títulos. Conseguimos colocar o time na Libertadores, já que nunca tinha terminado o Brasileirão em 3º lugar. Éramos eu, Roni, Wellington... A torcida é apaixonada, e a cobrança também era grande. Não como em Flamengo e Corinthians, mas grande. Foram dois anos, muitos gols e títulos.

Souza também se aventurou fora do país, mas sem o mesmo sucesso. Teve breves passagens por CSKA Sofia (Bulgária), Marítimo (Portugal) e Panathinaikos (Grécia).

– Na Bulgária foi muito rápido. Passei dois ou três meses, não recebi, entrei na Justiça e fui embora. Em Portugal também foi muito rápido, foram dois meses. Por questões salariais também. Foi nessa que eu fui para o Inter. Mais tarde, fiquei cinco meses jogando na Grécia. Fiz o gol da classificação para a Champions League. O problema foi a adaptação. Muito frio. Até poderia ter ficado mais, mas recebi a proposta do Corinthians e voltei para o Brasil.

"PROFECIA" E VIDA ESTABILIZADA

No Paysandu, Souza também divide os vestiários com Yago Pikachu, uma das revelações do futebol brasileiro na lateral direita. É uma joia pertencente ao Papão, acredita o atacante, que compara o jogador a dois conhecidos: Léo Moura e Paulo Baier, seus companheiros no Flamengo e Criciúma, respectivamente.

– Trabalhei com o Paulo Baier e o Leonardo Moura e eles foram os melhores laterais com quem joguei. Hoje, trabalhando com o Yago Pikachu, acho que ele é um lateral que tem tudo, e vejo muito do Paulo Baier nele. Um jogador que sempre está presente na área, cruzando bola, batendo faltas, sabe defender e atacar. Para mim, daqui a uns três anos vai ser o melhor jogador na posição dele – afirmou.

A rotina na capital do Pará é tranquila. O artilheiro mora em um hotel de luxo com a namorada, costuma ir ao cinema e sair para jantar. Em paralelo à nova vida de “maré mansa”, o atacante do Paysandu apenas administra as cifras que ganhou em mais de 15 anos de história no futebol. Os três dígitos vieram ainda no Flamengo, se mantiveram no Corinthians e na Grécia, garantindo uma boa ajuda no sustento dos familiares.

– No Flamengo eu já ganhava bem. Meus maiores salários foram no Flamengo, Corinthians e no Panathinaikos. Eu tenho uma estrutura familiar. Tenho mãe e irmão. Minha mãe tem a casa dela, ou seja, eu não fui qualquer um, sempre tive as coisas, meus pais sempre me ensinaram o que é certo e errado. Sempre passo as festas de fim de ano com minha mãe. Sempre procuro estar junto dela, falo todos os dias. Meu pai sempre acompanhou meus jogos no Rio, sempre estava junto. A perda dele foi complicada, estava sempre comigo. Enfim, nunca fui de ter essas loucuras financeiras. Hoje estou estabilizado – encerrou Souza.


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