O futebol argentino está parado por causa da pandemia mundial e não tem data para retornar. É neste cenário imprevisível que os clubes do país vivem um Dia D: é a data em que os contratos de 212 jogadores chegam ao fim. Quando o relógio apontar meia-noite, o mercado da bola abre oficialmente.



Um nome em especial chama a atenção: Carlos Tevez. O atacante ainda não renovou seu contrato com o Boca Juniors. Ele disse que pretende ficar mais seis meses, mas não assinou, com 100% de seu salário doado para entidades solidárias. “Vejo se me aposento em dezembro, ou me vou seis meses ao Corinthians ou seis meses ao West Ham”, disse, na última sexta-feira.

Assim, Tevez tem alguns cenários na mesa:

*renovar com o Boca e encerrar a carreira no fim do ano

*renovar com o Boca e jogar mais seis meses em 2021

*deixar o Boca e assinar com outro time ainda neste ano

*ser candidato à presidência do clube xeneize ao fim do ano

De acordo com o diário “Olé”, a renovação parece estar encaminhada. O futuro em algum outro clube, o Corinthians, por exemplo, seria algo a ser tratado apenas no fim do ano. Mas a possibilidade de ser candidato à presidência do Boca explodiu neste domingo.

"Talvez eu me aposente para ser presidente...", chegou a dizer Tevez, na última semana, em meio a risadas. Mas pode não ter sido uma piada. O atacante seria a aposta de Daniel Angelici, atual mandatário, cujo mandato termina em 13 de dezembro. O presidente é amigo de Mauricio Macri, que comandou o clube entre 1995 e 2007 e foi prefeito de Buenos Aires de 2007 a 2015 e presidente da Argentina de 2015 a 2019. A chapa seria fortíssima candidata à vitória.

A renovação até o fim do ano serviria para que Tevez trabalhar nos bastidores políticos do clube, de acordo com matéria veiculada pelo site “Expediente Politico” neste sábado, mas ganharam repercussão depois que Jorge “El Patrón” Bermúdez, ex-zagueiro colombiano, hoje secretário técnico do Boca e comentarista da ESPN Argentina, compartilhou a notícia. “É reconfortante que existam mídias independentes, sem compromissos, que abordam o assunto com tato e coerência. A verdade sempre prevalece onde a mentira faz muitos esforços para aparecer.”

A repercussão foi imediata na Argentina. Cristian Traverso, que jogou com Bermúdez no Boca, criticou o ex-companheiro. "É inútil não respeitar os jogadores. Não sei o que eles estão procurando. Não é justo tê-lo e destrata-lo", disse, ao “Olé”.

Bermúdez já havia dito anteriormente que, quando chegou à diretoria, via Tévez como um “ex-jogador”.

No meio disso, há o silêncio de Juan Román Riquelme, vice-presidente e homem fortíssimo não apenas na política do clube como também no coração dos torcedores do Boca. Até agora, ele não se manifestou.

Assim, o Dia D para o futebol argentino promete ser ainda mais quente nos bastidores do Boca. Tevez ficou ou não fica? A resposta sairá até à meia-noite.



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