O Corinthians definitivamente não vive seus melhores dias. Eliminado nas oitavas da Copa Libertadores pelo modesto Guaraní, do Paraguai, o time ainda viu o rival Palmeiras festejar mais uma vez em seu estádio, nesse domingo, por 2 a 0. Com todo esse cenário, a torcida alvinegra protagonizou um momento lamentável: a tentativa de invasão ao vestiário da equipe.

Estima-se que cerca de 150 torcedores tentaram entrar na área destinada ao Corinthians após o término do Derby, sendo contidos pela segurança da Arena em Itaquera. Ainda fora do estádio, outros mil torcedores quase impediram a saída do ônibus alvinegro, obrigando a Polícia Militar a se mobilizar. Resignado, o presidente Roberto de Andrade admitiu que entende a revolta da massa corintiana.

“O comportamento nunca é bem-vindo, mas a gente entende. Perder nunca é bom. A polícia colocou esse pessoal para o lado de fora, então agora vamos trabalhar para nos recuperar. Não tem outra coisa a fazer. As pessoas acham que o Corinthians vai acabar, mas isso não vai acontecer”, declarou o mandatário, que reconheceu a atuação de seu time no clássico como uma das piores de sua gestão.

“Não tenha dúvida disso, perder para o Palmeiras nunca é fácil. Ainda mais hoje, que não jogamos bem e fizemos uma das piores partidas. A torcida está impaciente, mas precisamos de calma para trabalhar. Em breve, vamos retomar as vitórias”, concluiu Roberto de Andrade na zona mista da Arena. Na coletiva pós-jogo, o técnico Tite se recusou a comentar o incidente.

“Eu sou humano, sinto isso. Eu compreendo e respeito aqueles que se comportaram dessa forma, com críticas, porque o carinho pelo clube bate mais forte nessas horas. Mas vamos falar do jogo, porque é isso que me compete. Essa é a minha responsabilidade”, desconversou Tite. No mesmo estádio, mas em outra sala de imprensa, Oswaldo de Oliveira adotou uma postura diferente.

"Tudo o que eu tenho dito a respeito do Palmeiras eu converto também a respeito do Corinthians. Estamos sempre sendo cobrados. Tenho certeza que nenhum deles está desconcentrado, é que o futebol é cíclico. O Corinthians começou o ano muito bem, isso gera uma expectativa muito grande do torcedor, mas a gente sabe que existem obstáculos”, começou o técnico alviverde, que aproveitou para tratar o protesto corintiano como futuro a ser evitado.

"Temos que saber lidar com isso, colocar os pés no chão, e saber que vencemos hoje e precisamos continuar vencendo para evitar esse tipo de manifestação no Palmeiras", finalizou Oswaldo. Vale lembrar que, no mesmo Derby, a torcida do Corinthians já havia arremessado dois objetos no gramado. O primeiro deles, uma garrafa, foi atirada em direção a Fernando Prass. Por fim, uma bateria de celular foi jogada logo após o gol de Zé Roberto, com aparente intuito de atingir o goleiro Cássio.