O amor pelo Corinthians é naturalmente mostrado pelos seus torcedores ao redor do mundo, principalmente em tempos de redes sociais. No entanto, um grupo de fãs decidiu alçar voos mais altos: criou uma torcida organizada fora do país, a Fiel Dublin. E foi ainda mais longe ao dar origem a um time de futebol temático com o mesmo nome.



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Christian Vital Nunes é um dos organizadores da torcida irlandesa. Ele chegou ao país europeu em 2013, pensando em estudar a língua inglesa e logo retornar ao Brasil para seguir a vida profissional. Apesar disso, o amor pelo Timão acabou mudando sua vida: frequentador de estádios quando morava no Brasil, ele encontrou na torcida a razão para permanecer no continente europeu.

“Já são quase seis anos que estou aqui na ilha. Vim para cá com o intuito de estudar inglês durante um ano e depois voltar para o Brasil para continuar atuando na minha profissão, mas as coisas mudaram e eu gostei muito daqui. Sempre vou para o Brasil uma vez por ano, sou brasileiro e corinthiano sempre, mas aqui é o meu cantinho”, conta.

O fanatismo de Christian desde quando morava no Brasil o fez procurar maneiras de acompanhar o Coringão na Irlanda. Assim, ele encontrou um grupo de torcedores já existente por onde poderia continuar a ser fanático. “No Brasil eu morava muito próximo a uma torcida organizada do clube, em Diadema, e sempre ia aos jogos quando podia. Eu era tão fanático que um dia até fui acompanhar a construção da Arena”, revela.

O local escolhido por Christian – e também pelos outros corinthianos em Dublin – foi o pub Woolshed. Assim, poderia assistir aos jogos em meio a mais torcedores, como fazia quando ia ao Pacaembu. “A Fiel Dublin começou em meados de 2011, quando o Timão foi campeão brasileiro. Existe até um vídeo na internet dos torcedores gritando o ‘Poropopó’ na Avenida O’Connell, uma das principais de Dublin, quando o Timão foi campeão Mundial em 2012. E a partir dali ela foi crescendo e ganhando grande proporção. Eu não estava aqui na época, cheguei em 2013, mas o pessoal já assistia aos jogos no pub. A torcida comparece bastante, já colocamos mais de 100 pessoas aqui nas últimas finais do Paulistão”, explica.

No entanto, o seu destino e o da organizada começaram a mudar quando, há dois anos, eles começaram a jogar futebol com os amigos deste grupo. Christian conta que o que era apenas uma forma de lazer semanal com os amigos naquele momento, passou a ser levado a sério quando decidiram disputar um campeonato organizado pelo bar que frequentavam.

“A gente tinha o ‘Rachão do Coringão’, onde alguns torcedores do Corinthians se encontravam toda segunda-feira por volta de 21h. Mas depois disso tivemos a oportunidade de participar de um Campeonato Italiano de Futebol de 7 aqui no pub. Era um campeonato totalmente ‘italiano’, mas dois times brasileiros foram convidados, o nosso e mais um. Participamos do campeonato, e os dois brasileiros fizeram a final”.

A participação no torneio foi determinante para o rumo da Fiel Dublin. A partir dali, eles decidiram formar uma equipe mais estruturada, a fim de participar de outros campeonatos. Mas a solução para isso foi a mais prática possível: ajudar na criação de um torneio.

“De uns dois anos para cá, além da torcida assistir aos jogos, a gente começou a se estruturar de uma forma horizontal: agora temos equipe de vendas, de marketing, e criamos o Futebol Fiel Dublin. Não vencemos o Italiano, mas aprendemos muito com a organização desse campeonato. Depois disso, então, decidimos criar o Brasileirão Dublin 2019”, relatou.

O Brasileirão Dublin tem dez equipes, incluindo a Fiel Dublin, outros oito times brasileiros, e um convidado: o Barcelona, formado por fãs da agremiação catalã. E em dois meses de torneio, o talento da Futebol Fiel Dublin foi posto à prova e, mais do que isso, confirmado: a equipe fará a final da competição, que será disputada neste sábado, às 9h30 (de Brasília – 13h30 no horário local).



“Em quase dois meses de campeonato nós fizemos um trabalho muito intenso de divulgação, e também dentro de quadra. O torneio é feito sem fins lucrativos, e a premiação, de 2 mil euros, a gente vai reverter para uma instituição de caridade”, detalhou Christian.

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