O Corinthians anunciou a apresentação de um projeto de reforma de seu estatuto, agendada para esta segunda-feira (27) no Salão Nobre da sede do clube, localizada no Parque São Jorge. Entre as principais mudanças propostas, destacam-se a concessão do direito de voto aos membros do programa Fiel Torcedor, a implementação de uma votação individual para a eleição dos conselheiros, a realização de eleições presidenciais em dois turnos, a cassação do mandato de conselheiros que faltarem a três reuniões e a inserção de normas que regulamentem a criação de uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF).
O novo modelo tem como objetivo transformar o departamento de futebol em uma SAF, mas assegurando a preservação do controle do clube. Assim, pretende-se que o Parque São Jorge mantenha, no mínimo, 51% das ações, garantindo que o futebol continue sob a gestão do clube social e que a identidade, a história e a participação política dos associados não se percam. A proposta é que essa futura sociedade empresária colabore com o clube apenas em questões relacionadas ao futebol profissional e de base. Qualquer alteração nessa abordagem deverá contar com a aprovação de dois terços dos sócios com direito a voto, além do consentimento dos conselhos Deliberativo e de Orientação, o que trava a perda de controle.
No documento, fica claro que a transformação do clube em uma SAF só poderá ser decidida por meio de uma Assembleia Geral especificamente convocada para tal finalidade, com a aprovação de pelo menos dois terços dos associados. É expressamente proibida a aquisição do controle majoritário da SAF por investidores externos, visando manter a gestão e o controle institucional sob responsabilidade dos associados e resguardar a história e a tradição do Sport Club Corinthians Paulista.
A proposta também inclui o direito de participação dos membros do programa Fiel Torcedor nas eleições do clube, permitindo que escolham o presidente, o primeiro e o segundo vice-presidente. Para votar, o torcedor deverá estar cadastrado e em dia com as obrigações do programa por um período mínimo de quatro anos, além de contribuir com uma taxa correspondente a 50% da mensalidade do sócio patrimonial. Contudo, essa categoria de associado não garante acesso às dependências sociais ou esportivas do clube, limitando-se apenas ao direito de voto.
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