O Sport entra em campo nesta quinta-feira (1) contra o São Paulo de olho na premiação de mais de R$ 4 milhões pela vaga nas quartas de final da Copa do Brasil. A possível virada contra a equipe paulista, após derrota por 2 a 0 no Recife, ajudaria o clube rubro-negro a enfrentar sua delicada realidade financeira.
Desde o último mês de março, o Sport está em processo de recuperação judicial, com um plano estruturado para tentar organizar uma dívida que pode chegar a R$ 350 milhões – quase cinco vezes mais do que o faturamento total do clube em 2022, R$ 77 milhões.
Em processo no Tribunal de Justiça de Pernambuco, o Sport já apresentou uma lista com todas suas dívidas a serem pagas na recuperação judicial. O valor total devido a credores, segundo o documento ao qual o ESPN.com.br teve acesso, é de R$ 148,39 milhões.
As dívidas estão separadas em quatro "classes": trabalhista, quirografária, com microempreendedores ou empresas de pequeno porte e as que estão sendo cobradas na Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD) da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).
A lista inclui dívidas com pessoas físicas, incluindo ex-jogadores ou ex-dirigentes; outros clubes de futebol; federações estaduais e empresas de diversos ramos – incluindo de agentes de atletas.
Nas dívidas trabalhistas, três superam R$ 1 milhão, todas as ex-jogadores rubro-negros. O maior valor é devido a Gabriel, ex-Flamengo e que defendeu o Sport em 2018: R$ 2,83 milhões. Diego Souza, ídolo rubro-negro, tem R$ 1,7 milhão a receber, e o goleiro Agenor, R$ 1,2 milhão.
Diversos clubes também têm valores importantes a receber. O Corinthians é um deles, com R$ 3,6 milhões a receber, pouco menos do que o Sport tem para pagar ao Coimbra Esporte Clube, R$ 4 milhões. Entre equipes da Série A, os pernambucanos devem ainda R$ 660 mil ao Grêmio, R$ 429 mil ao Atlético-MG, R$ 250,6 mil ao Red Bull Bragantino e R$ 65 mil ao Goiás.
A maior dívida de todas apresentadas pelo Sport é com a empresa Imply Rental Locação de Equipamentos e Serviços Ltda., que responsável pela operação pela venda de ingressos do clube – além de trabalhar também com outras equipes do futebol nacional. São R$ 6,5 milhões a receber do Leão.
É curioso, porém, que nem só de grandes dívidas é feita a lista de credores. O Sport deve, por exemplo, R$ 49,70 à empresa Goldmedic Produtos Médicos Hospitalares, R$ 37 ao açougue Masterboi, R$ 26,00 a Wagner Zeferino de Vasconcelos, R$ 16,80 ao Atacado de Presentes e R$ 12 à oficina mecânica J A S Belo Auto Peças, o menor de todos os valores do documento rubro-negro.
A lista também apresenta o passivo tributário do Sport. A dívida com o Ministério da Fazenda, que não tem maior detalhamento, é de R$ 101,92 milhões.
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