Toda janela de transferência é a mesma coisa. Rumores atrás de rumores, especulação atrás de especulação e pouca coisa concreta de fato, devido ao fato dos jornais precisarem ser vendidos e empresários que tentam valorizar seus jogadores criando interesse de um time grande.

O nível dos jogadores brasileiros disponíveis no mercado hoje é duvidoso e infelizmente a atual saúde financeira do clube não nos permite disputar as grandes contratações com os rivais, que oferecem salários astronômicos para seduzirem atletas providos de mais qualidade técnica. Com isso, nos resta sofrer em negociações com Henriques Dourados e Gilbertos que tem aos montes por aí.

Será que não passa pela cabeça da diretoria e comissão técnica que seria muito mais vantajoso apostar em alguém da casa? Especificamente da base? Além de não haver nenhum tipo de custo com comissões de empresários, luvas e toda burocracia que envolve contratar alguém de fora, existe também a possibilidade de lucro em uma possível negociação para o exterior futuramente.

Quando falamos neste assunto, impossível não lembrar do caso do atacante Carlinhos. Artilheiro da Copa São Paulo de Futebol Jr. de 2017, marcando 11 gols na campanha que rendeu o décimo título alvinegro da competição, subiu para o profissional cheio de expectativa por parte da torcida. Mas logo de cara houve problemas contratuais quando o pai do atleta alegou falta de pagamento do Corinthians ao Novorizontino em transferência realizada em 2014. Pelo acordo, deveria ser pago ao clube do interior, entrada de R$100 mil e oito parcelas de R$ 50 mil. A última informação que se teve foi que haviam sido pagas apenas a entrada e duas parcelas da negociação. O jovem atacante sofreu muito com lesões que o afastou de algumas rodadas do Brasileirão ano passado. Também por isso, o técnico Fábio Carille optou por escalar Kazim nas rodadas em que Jô não estava disponível.

No torneio da Flórida, onde é possível fazer testes para o decorrer da temporada, entrou no segundo tempo do jogo contra o Rangers onde tivemos uma atuação pífia e o garoto pouco pode mostrar. Nova temporada se inicia hoje e mais uma vez Carlinhos foi preterido por Kazim. Visando a Taça Libertadores, é compreensível entender que seria muita pressão para um garoto de 18 anos, mas o Paulista não seria a competição ideal para dar experiência não só a ele, mas também aos outros jovens da base? Convenhamos que Junior Dutra, Kazim e Sheik, em fim de carreira, não são os nomes dos sonhos quando se pensa em conquistar a América pela segunda vez. Ainda seria útil no ponto de vista tático do time, pois seu estilo assemelha-se muito ao do Jô, que rumou para o Japão em busca da sua vaga na seleção do Tite (contém ironia). Sendo assim, o sistemático Carille não teria que realizar mudanças mirabolantes no já consolidado esquema do time.

Esse texto trouxe muitas perguntas, mas infelizmente ainda não consegue trazer as respostas. O jeito é acompanhar o decorrer da temporada para ver se alguma destas questões são respondidas. Mas sempre defenderei a tese de que a base existe para ser usada e não pra ser mais uma fonte de renda para empresários.