Jogar pela Seleção Brasileira diante dos torcedores paulistas não é fácil. Jogar na casa do arquirrival é pior ainda. Ídolo do Corinthians, Elias pisará neste domingo no gramado do Allianz Parque, casa do Palmeiras, com a camisa amarelinha. Todos contra o México, é verdade. Mas ele sabe que “um ou outro torcedor” pegará no pé dele.

– A gente não se preocupa com isso, se é a casa do rival ou não. Vamos estar defendendo a Seleção. Um ou outro torcedor vai pegar no pé, faz parte. Mas terão torcedores de outros clubes também, corintianos vão marcar presença. A gente sabe que as torcidas de São Paulo e do Rio são as mais exigentes.

Já tive experiência de jogar um jogo aqui, na despedida do Ronaldo (em 2011, no Pacaembu, contra a Romênia). Estava 1 a 0 para nós, time pressionando, mas a torcida queria mais. Temos de saber jogar aqui, saber lidar com a pressão, pois isso vai ajudar a fortalecer o time – declarou o volante, em entrevista exclusiva ao

– Penso em fazer um grande jogo. Se tiver chance de fazer um gol, vou fazer. Mas não penso em fazer um gol para provocar ninguém. Vão estar todos torcendo pela Seleção, não vai ter clubismo – completou.

Mesmo vivendo um momento delicado no Corinthians, que vive crise dentro e fora dos gramados, Elias é titular da Seleção Brasileira. E ainda se vê no auge da carreira.

– É um momento especial na minha carreira, pode-se dizer que é o auge. Quero ajudar a nossa Seleção a conquistar novamente o título da Copa América – afirmou.

Elias participou de seis dos oito jogos da Seleção Brasileira depois da Copa do Mundo de 2014. Sinônimo de titularidade, não é mesmo?

– Acho que comprovei isso na Seleção, jogando. Fiz jogos de altíssimo nível e fui elogiado. Me sinto preparado e mais experiente para ser titular da Seleção – explicou.

BATE-BOLA - ELIAS

O nível do seu futebol hoje no Corinthians está acima ou abaixo daquele do Flamengo?

Hoje estou diferente. Aquele nível vai ser muito difícil alcançar. Eu era o protagonista daquele time. Mas agora estou vivendo um grande momento, estou bem fisicamente, tecnicamente melhorei bastante do ano passado para cá. Espero continuar melhorando.

Não quero dizer que o meu melhor momento está por vir, mas quero continuar crescendo. Aquele momento foi especial, ganhei um título, decidi quase todas as partidas fazendo gol. Isso para um volante é momento único. Espero chegar àquele nível ou até passar. Agora estou mais experiente,

mais consistente, às vezes não apareço muito, jogo para o time. Quando tenho oportunidade, apareço na frente para fazer meus gols. Vou focar para que esse momento aconteça novamente.

Você acha que ficou fora da Copa do Mundo de 2014 porque ficou parado no primeiro semestre?

Muita gente duvidou daquilo que falei, achou besteira... Confio no meu futebol. Estava confiando naquele momento no Flamengo (2013), que foi espetacular. Se eu tivesse dado sequência, pelo menos a chance de mostrar meu trabalho eu teria. Fiquei parado por um longo período.

Você, em 2009, no Corinthians, tinha o Ronaldo. Hoje, na Seleção, você tem o Neymar...

Na Seleção temos grandes jogadores, mas sabemos que a nossa estrela maior é o Neymar. Chuto dois ou três anos para ele ser o melhor jogador do mundo. Ele já é um dos melhores do futebol brasileiro de todos os tempos. Por essa temporada fenomenal no Barcelona, ele já está no Hall de melhores jogadores do Brasil. É correr pelo homem, fechar a casa lá atrás e jogar a bola para ele decidir.