Quem era Guerrero no dia 16 de julho de 2012? Pouco se sabia daquele jogador com um cabelo estranho, estilo rebelde. A diretoria o contratou para substituir Liedson, que também foi um ídolo no Corinthians. O que ficou marcado na apresentação do atacante peruano foi a frase:

“Sempre que entro em campo é para ganhar. Se estou aqui no Corinthians é para isso. Quero ganhar, fazer gols. Ali, ficara evidente que o Corinthians e sua torcida poderia esperar grandes momentos com o novo camisa 9, eternizada pelo próprio Liedson e pelo Ronaldo Fenômeno.

Paolo já era ídolo no Peru, país que não tem tantas tradições no futebol. Em pouco tempo, jornalistas e torcedores ficaram sabendo que ele já havia atuado no futebol alemão, defendendo o Hamburgo. Mas quem era ele? Sua estreia pelo Timão foi contra a equipe do Cruzeiro pelo Brasileirão 2012. Não fez gol, mas teve a imprensa peruana ao seu lado, noticiando aquele fato inédito.

Na 26ª rodada daquele campeonato, atuou pelo time alvinegro contra o Botafogo e marcou seu primeiro gol pelo time. Porém Guerrero cresceu nas últimas rodadas do campeonato brasileiro marcando vários gols o que garantiu sua vaga na equipe principal.

Mas seu momento de glória foi na final do Mundial de Clubes daquele ano. Ou melhor, no campeonato como um todo.

Em 12 de dezembro de 2012, na semifinal contra o Al-Ahly do Egito, em uma partida difícil, acirrada, Guerrero marcou, de cabeça, o único gol da partida que levou o Corinthians a final. Sim, era possível vencer o segundo mundial. A final seria contra o embalado Chelsea, de David Luiz, Oscar, Ramires, Torres.

16 de dezembro de 2012. A final. Jogo duro, Cássio fazia milagres. Mas, aos 23 minutos do segundo tempo, após chute de Danilo, que desviou na defesa, a bola subiu e encontrou Guerrero, que marcou, novamente de cabeça, o único gol da partida que levou o Corinthians a sair vencedor. Não tinha dúvidas: Guerrero se tornaria ali um dos maiores ídolos do Timão. Neste mesmo torneio o atacante peruano recebeu o prêmio Bola de Bronze pelas suas belas atuações nos dois jogos. Mais do que merecido.

Ano mágico para o Corinthians. Libertadores e Mundial de Clubes.

O que estaria passando na cabeça dos torcedores corintianos? E na cabeça mágica de Guerrero?
Já são dois anos vestindo o manto preto e branco. São 103 jogos e 37 gols, uma média de 0,35 gols por partida. Ronaldo Fenômeno participou de 69 jogos e fez 35 gols, média de 0,50 gols por partida. A média de Ronaldo é maior, mas e a idolatria?

Ele carrega no nome a identidade de ídolo da torcida do Corinthians. Guerrero, o artilheiro. O atacante é aguerrido por natureza. Briga, xinga, dá carrinhos. Um verdadeiro soldado da época do Império Romano. A sua humildade é vigente, algo que sobra.
Não tenho dúvidas: Guerrero é mais ídolo que Ronaldo Fenômeno.