19/2/2019 08:53

Com piscina e open bar, novo camarote da Arena vai até R$ 25 mil

Com piscina e open bar, novo camarote da Arena vai até R$ 25 mil
Foto: Ricardo Matsukawa/UOL

Sentado no deck, com os pés na água, Erick Garcia tomava uma dose de whiskey enquanto um garçom oferecia uma bandeja com hambúrgueres recém-saídos da grelha. Ao fundo, o gramado da Arena Corinthians era preparado para o clássico entre o time da casa e o São Paulo pelo Paulistão.



O camarote-ostentação ganhou nova definição com a inauguração, na tarde de domingo (17), do espaço FielZone, o primeiro em estádio brasileiro a ter uma piscina exclusiva. O timing não poderia ser mais acertado para a novidade viralizar. O hit "Piscininha, Amor", de Whadi Gama, era citado a cada poucos minutos pelos convidados em rodas de conversas e vídeos para as redes sociais.

O cercadinho de Erick comportava 10 pessoas, mas sua mulher, Jackeline, e o grupo de amigos com quem dividiu os R$ 8 mil que davam acesso ao tratamento VIP preferiram ficar longe da água. A piscina, batizada de "black pool", está mais para uma jacuzzi, com 2m de circunferência e baixa profundidade. Para os convidados, é vetado o uso de biquíni ou sunga. Mas há um roupão bordado com o escudo do Corinthians à disposição de cada um deles que se aventurar a entrar de roupa e tudo.

A piscina é aquecida e tem capacidade para atingir 33°C. A experiência inicial, no entanto, foi em água fria. "Estava geladinha. Chegou no máximo a 13 °C", palpitou o piloto de helicóptero Caique Soldaini, 25. Ele e o amigo Tulio Costa, 25, executivo de vendas, usaram de uma certa "cara de pau" para conseguir um espacinho na piscina. "Falei pro Leo [Rizzo, responsável pela Fiel Zone]: 'você está precisando de cobaia para entrar?' Ele perguntou se a gente era maior de 18 e pediu para mostrar o RG. Valeu muito a pena. Foi uma experiência do c*", disse Caique.

A dupla havia ganhado os ingressos de acesso ao camarote em um sorteio e quis aproveitar ao máximo sua presença por lá. "Gostaria de voltar depois [pagando]. Mas é trezentinho, né? Na piscininha, acho que não volto", comentou Túlio.

O projeto, que teve investimento de R$ 1,5 milhão, recebeu resistência por parte de torcedores, em especial da Gaviões, pelo caráter elitista da proposta. Os ingressos custam a partir de R$ 300 e a piscininha pode chegar a R$ 25 mil, dependendo do jogo. Não há meia entrada.

Erick, que integra a organizada corintiana, diz que tem amigos que não concordam com o espaço, mas ele defende a iniciativa. "Eu vim da favela. Vale a pena ter esse presente para a gente. Não sinto demérito nenhum", disse ele, que tem 36 anos e é diretor comercial. "Já tive essa experiência no exterior, no Santiago Barnabéu e na Bombonera. Vim aqui provar que o povo tem acesso".

O Corinthians entrou como sócio na empreitada concebida pela Soccer Hospitality, que conta com camarotes menores no Allianz e Morumbi. O dinheiro para a construção do espaço não saiu do clube, que apenas cedeu um espaço ocioso para a construção, e receberá uma participação nos lucros. A porcentagem, no entanto, não é divulgada.

A obra durou apenas 12 dias. "Saiu mais rápido do que a gente previa. O Corinthians facilitou e conseguimos abrir agora", disse Leo Rizzo, proprietário da Soccer Hospitality e embaixador da Jack Daniel's no Brasil. A bebida do Tennessee é quem deu cara ao espaço e assinou o open bar.

ÁLCOOL LIBERADO

"Um Jack com Coca, por favor". Esse era o pedido padrão no bar. O copo, nas mãos do torcedor, era consumido a grandes goles. Como quem espera há mais de vinte anos para curtir um jogo de futebol na companhia de amigos, familiares e um drink. Nesta tarde, 300 corintianos puderam relembrar (ou ter pela primeira vez) a experiência de beber em um estádio em dia de jogo.

O consumo, no entanto, ficou restrito às primeiras duas horas de festa, por um acordo entre organização e polícia militar. Para isso, o camarote abriu suas portas quatro horas antes do apito inicial. Depois, as garrafas foram retiradas de cena e ficaram apenas água e refrigerantes até o fim da partida, quando o whiskey voltou a ser liberado.

Na estreia, foram consumidas 35 garrafas de Jack Daniel's, entre a versão tradicional, com canela e com mel. No futuro, Leo Rizzo pretende incrementar o cardápio, com mais drinks, como o Old Fashioned (à base de whiskey, água tônica e angostura), e os rótulos premium comercializados pela marca no país: Single Barrel, Sinatra Select e Gentleman Jack.

Os convidados ainda torcem pela liberação do consumo de bebidas alcoolicas durante a partida, veto que existe desde meados da década de 1990 por leis municipal e estadual. "Não vejo motivo de ser torcida única e não liberar bebida", comentou Caique. Já Erick vê no comportamento da torcida o principal motivo para a proibição: "infelizmente o brasileiro não sabe beber com responsabilidade. O que acontece hoje é que ele entra bêbado, bebe fora e entra. Não pode liberar para todo mundo, mas poderia ter uma quantidade limite".

TORCER, MAS COM PARCIMÔNIA

O perfil dos torcedores afluentes destoava dos demais no estádio. Enquanto a Arena via mais de 42 mil pessoas empurrando freneticamente seus jogadores, o público do camarote demonstrava-se mais contido. Não havia, é claro, um código de conduta pré-definido, mas o sentimento dos que estavam ali era o mesmo: "precisamos nos comportar". Principalmente entre aqueles que ganharam os convites em sorteios pelas redes sociais.

"Nunca assisti de camarote. É outro estilo. A gente está acostumado a ficar perto, xingar. Vamos ter de nos adaptar. É torcer para jogar bem para não ter de xingar", disse o administrador de empresas Allan Albuquerque, 28. Foi só começar o jogo e ele viu como seria difícil lutar contra os impulsos de torcedor fanático. "Não dá!", brincou. Allan estufava o peito para mostrar a camisa cheia de autógrafos conseguidos por ali. Ronaldo Giovanelli, Chicão, Dinei, Edilson, Ataliba, Basílio, André Luiz e Milene Domingues estavam entre os craques que circularam pelo camarote.



Outro grupo notoriamente mais animado que a média eram as integrantes da Loucas Por Ti, torcida que reúne mais de 350 corintianas pelo Brasil. Uniformizadas e com faixas a favor da presença feminina nos estádios, as amigas puxavam cânticos e mantinham a animação em todos os momentos.

"A gente não está em casa, gosto de estar na torcida", disse Karla Alves, 32, professora. Ela e as amigas ganharam ingresso para conhecer o espaço, e procuraram ser transparentes com suas seguidoras, antecipando críticas por frequentar o novo camarote alvo de polêmica. "Também faço parte da Democracia Corintiana. E democracia é o que? É agrupar as pessoas, desde as que pagaram ingresso de R$ 24 até quem está em um camarote desses", completou Renata Prado, 31, auxiliar administrativo.


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