6/1/2016 11:18
1060 dias depois: Andrés deixa o Corinthians com fracasso dos naming rights
Andrés disse que não exercerá mais o dia a dia de superintendente de futebol do Corinthians
GAZETA PRESS
O dia a dia do Corinthians não contará mais com a presença de Andrés Sánchez, que anunciou na última terça-feira a saída do cargo de superintendente de futebol, o qual ocupava desde fevereiro do ano passado. Pela primeira vez em oito anos, o agora deputado federal garante que se afastará (diretamente ou indiretamente) do clube de Parque São Jorge; neste período, um grande fracasso: a negociação dos naming rights da Arena Corinthians.
Eleito presidente do Corinthians em outubro de 2007, Andrés Sánchez comandou um processo de reformulação no departamento de futebol. O clube de Parque São Jorge se reorganizou, cresceu, construiu o Centro de Treinamento Joaquim Grava e obteve o tão sonhado estádio, inaugurado em maio do ano retrasado, mas ainda sem um nome comercial a ser explorado.
Andrés Sánchez assumiu para si a liderança sobre a negociação dos naming rights. As promessas, contudo, não foram cumpridas. Em 6 fevereiro de 2012, dias antes da eleição de Mário Gobbi para a presidência do Corinthians, o deputado federal garantira que o nome do estádio seria divulgado pouco tempo depois do pleito.
"Estamos negociando com sete empresas. Depois que o próximo presidente assumir, divulgamos em, no máximo, 30 ou 40 dias", disse, dia 6 de fevereiro de 2012, em sabatina promovida pela Folha de S.Paulo.
Desde a eleição de Gobbi, em 11 de fevereiro, o prazo estipulado por Andrés estourou (e muito). Foram 1060 dias passados, um novo presidente (Roberto de Andrade, o atual, que assumiu em fevereiro de 2015) e nenhum nome de empresa estampado na Arena Corinthians. Três anos após as primeiras conversas, o clube ainda sofre para viabilizar financeiramente a casa própria.
No plano inicial, o Corinthians queria faturar R$ 400 milhões com a venda dos direitos do nome da Arena - o contrato permitia a exploração da marca por 20 anos. As dificuldades de encontrar alguém no mercado obrigaram Andrés, principal líder nas negociações, a descontar o valor inicial. Entretanto, o plano não teve sucesso.
Andrés, em entrevista ao ESPN.com.br, disse em novembro do ano passado que apenas ‘duas empresas' conversavam pelo direito de ‘nomear' a Arena. Perguntado sobre os motivos do atraso de três anos em relação ao primeiro prazo, o antigo dirigente corintiano, segundo o próprio, se esquivou: ‘É difícil.'
Sobre a negociação com os dois interessados, um novo prazo para fechar o acordo e os valores, Andrés fugiu ainda mais. "Nem meu filho sabe", resumiu. " (Vamos fechar por) Um valor que satisfaça o Corinthians. E vai ser fechado, o torcedor pode ficar tranquilo. Apesar de a imprensa não acreditar, a gente vai fechar", garantiu o deputado federal.
Mais de mil dias após a primeira promessa, Andrés, que se disse fora do dia a dia do clube a partir desta quarta-feira, deixa o Parque São Jorge sem conseguir batizar a Arena em Itaquera.
Valores
O Corinthians precisa pagar R$ 400 milhões à Caixa Econômica Federal pelo empréstimo do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) utilizado para financiar parte da construção do estádio. Homem forte da Arena, Andrés, sem ainda contar com os naming rights como reforço em caixa, pediu um ano a mais para quitar as parcelas mensais do acordo.
"Todos os empréstimos para arenas no Brasil são em 36 meses de carência. Somente nós estávamos usando 19 meses. Então, pedimos mais 12 meses, pois as obras só vão acabar agora. É só isso. Já pagamos a primeira parcela", respondeu Andrés Sanchez, em julho, ao ESPN.com.br.
Além dos naming rights, o Corinthians saiu prejudicado pelo atraso nas obras. O contrato com a Odebrecht terminou em outubro, sem que a empresa finalizasse todas as obras de acabamento da Arena.
Segundo reportagem publicada pelo UOL na última segunda-feira, o próprio clube se diz insatisfeito com a arrecadação até o momento da Arena. "Precisamos melhorar. Explorar melhor os espaços da arena, vender mais espaços, ter mais eventos", admitiu Emerson Piovesan, diretor financeiro do clube de Parque São Jorge, em entrevista ao portal.
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