O Corinthians estava temeroso na sua segunda partida no Campeonato Brasileiro, a primeira após a eliminação na Copa Libertadores da América. A constatação foi feita pelo zagueiro Edu Dracena, um dos jogadores mais experientes do elenco, que substituiu Felipe na vitória por 1 a 0 sobre a Chapecoense.

“Pela eliminação precoce na Libertadores, era natural que o time estivesse receoso, até com medo de tentar algumas jogadas. Isso aconteceria mesmo”, comentou Edu Dracena, para quem o temor se combate com resultados positivos como o de sábado. O desafio da terceira rodada será contra o Fluminense, no domingo, no Maracanã.

“Sair da Libertadores pesa. Ninguém imaginava isso. Mas temos que continuar vencendo para readquirir a confiança e o futebol bonito do início da temporada. No futebol, não adianta você ficar lamentando muito tempo. É levantar a cabeça e sacudir a poeira”, aconselhou.

Se apenas a tabela de classificação do Campeonato Brasileiro for levada em consideração, os jogadores do Corinthians já podem ficar com as cabeças erguidas. As vitórias sobre Chapecoense e Cruzeiro isolaram o time do técnico Tite na liderança, com 6 pontos ganhos.

“Comemoramos essa situação porque é difícil ser líder, mas não podemos nos descuidar. É preciso melhor a cada dia porque o futebol se faz de alegrias, derrotas, conquistas, incertezas... Com maturidade, poderemos seguir o caminho correto para tentar alcançar o título ou voltar à Libertadores no ano que vem”, indicou Edu Dracena.

A maturidade também ajudou o Corinthians a lidar com a revolta de seus torcedores organizados, que promoveram protestos no CT Joaquim Grava e no Parque São Jorge no final da semana passada. Os jogadores foram chamados de “mercenários”, apesar da demora da diretoria para quitar os vencimentos referentes a direitos de imagem de boa parte do elenco.

“Isso não entra na nossa cabeça. A gente sabe que, quando existe paixão, as pessoas podem ultrapassar os limites. Só que somos profissionais, independentemente dos atrasos, e bem capazes de assimilar tudo.

Já provamos que ninguém aqui é mercenário ou vagabundo. Esses insultos nos deixam um pouco chateados, mas estamos trabalhando todos os dias. Os mesmos que criticam hoje vão apoiar amanhã”, apostou Edu Dracena.
Já veterano, o ex-zagueiro do Santos comemorou aniversário na segunda-feira, quando se mostrou surpreso com a repercussão de vitórias e derrotas no Corinthians.

“Tudo aqui é maior”, sorriu Edu Dracena, agora destemido. “Graças a Deus, cheguei aos 34 anos sabendo que não sou o melhor nem o pior do mundo. Sei o que posso render”, confiou.