A Kombi é do ano de 1996 e estava em ótimo estado
Tudo começou na histórica Libertadores de 2012. Um grupo de amigos, que sempre se reuniu para confraternizações e churrascos nos arredores do Pacaembu em dias de jogos. Torcedores assíduos do estádio municipal, já projetavam o que iriam fazer quando o Corinthians terminasse a construção da nova casa em Itaquera. Também pensavam em uma forma de seguir o Timão para onde a equipe fosse, influenciados pela aquela campanha histórica. Surgiu a ideia: comprar algum meio de transporte que comportasse a turma toda para levá-los sempre para a Arena ou para lugares relativamente próximos de São Paulo.
O plano reunia muitas pessoas. Era um grupo que sempre se reunia no escadão que fica no fim da Rua Wanderlei, esquina com a Rua Heitor de Morais. Eles se intitulavam a "Torcida do Escadão". No começo, cerca de 20 torcedores embarcaram nessa ideia de comprar um ônibus, uma van, o que fosse para os transportar à Arena. Mas muitos achavam que era apenas embalo da campanha da Libertadores, um daqueles planos malucos que são concebidos em um momento de emoção, mas esquecidos com o passar do tempo.
Realmente, a ideia quase não saiu do papel. Quem estava e continua envolvido com essa história chegou a pensar que o projeto não iria se materializar. Quase dois anos com o plano apenas na cabeça, até o último dia 16 de maio, quando virou realidade.
Nessa data, o sogro de Julio Zambrano ligou para o genro e falou: "Achei uma Kombi aqui em Piedade que é ideal para o plano de vocês". Julio nem pensou duas vezes. Chamou o amigo George Henrique Correa, foram para a cidade localizada perto de Sorocaba, a cerca de 100 km de São Paulo, e compraram a Kombi.
O primeiro passo do plano tinha sido feito. Mas, dali para diante, quem iria abraçar, de verdade, o projeto? Em uma primeira peneira, dez assumiram o compromisso. Logo depois, dois resolveram deixar o grupo e sobraram os oito proprietários da Kombi: Julio, George Henrique, Diogo Ekizian, Alexandre Lunardi, André Frascar, Rodrigo Vanuchi do Santos, Dênis Fenasca e Perceu Ramos de Oliveira.
A Kombi foi comprada em ótimo estado. "Ela é ano 96, mas quase todos os elementos dela são originais. Só precisamos deixar um pouco na funilaria, arrumar a embreagem e dar um tapa no motor", explicou Diogo. O grupo percebeu que ela estava em perfeita ordem ao trazê-la de Piedade para São Paulo. Problemas mecânicos foram descartados.
Na capital, começou o plano principal: personalizar a Kombi com tudo o que fosse relacionado ao Corinthians e criar uma maneira de administrar todos os custos de uma forma democrática e igualitária. E é nesse ponto em que essa história se torna única, diferente de todas as que já foram vistas e relatadas por aí.
É o que o Corinthians.com.br vai contar durante toda a semana. A confraria que o grupo montou para cuidar da Kombi, a reforma que está sendo feita, as reuniões, um estatuto criado para administrá-la, as regras para o uso dela e até o nome que eles deram ao novo meio de transporte: Marlene, em homenagem à ex-presidente Marlene Matheus, esposa do também ex-presidente Vicente Matheus.
É mais uma forma de demonstrar a paixão pelo Timão. Vem ai, Marlene, a Kombi da Fiel!