Renato Augusto foi o escolhido para substituir Jadson, mas pouco fez nos 45 minutos em que esteve em campo na derrota para o São Paulo. A atuação apática do camisa 8, que poderia gerar alguma desconfiança, foi relevada por Mano Menezes. Além de aliviar a barra de seu pupilo, o técnico ainda apontou um caminho para ele na equipe.

"É muito ruim para o Renato jogar sem volume de jogo. Esses tipos de jogadores sofrem mais. Eles precisam mais da bola para jogarem bem. Como jogamos quase sem a bola, ele sofreu mais. Quanto a participação dele contribuiu para isso fica difícil dizer e seria injusto", disse Mano Menezes, aliviando a barra para Renato Augusto, que saiu no intervalo para dar lugar a Guerrero.

Foi apenas o terceiro jogo de Renato Augusto, que entrou durante poucos minutos no empate contra o Palmeiras e na goleada sobre o Linense, na quarta passada. Desde o fim do ano passado, o meia vem recebendo um tratamento especial do Corinthians.

Nos exames no fim de 2013, descobriu-se que Renato Augusto tem uma espécie de desequilíbrio muscular que faz com que ele sempre force um lado a mais do corpo. Os meses a mais de pré-temporada, então, serviriam para dar sustentação ao meia, que há duas semanas já treina normalmente com os companheiros e faz trabalhos de fortalecimento à parte.

O problema é que toda essa teoria ainda não foi vista na prática. Contra o São Paulo, Renato trocou sete passes com os companheiros, só tentou um drible (e errou) e não colocou nenhum companheiro em condição de chutar a gol, de acordo com o Footstats. Mano pede calma.

"Ele agora começou a chegar em um ponto competitivo. O Renato é grande, tem uma parte de cima bem pesada para transportar. Às vezes quando você não está nesse estágio, é mais difícil dominar a bola com um jogador colado em você", disse o treinador.

Renato, até agora, não reduziu seu otimismo. No fim da temporada passada, ele já dizia que 2014 seria o seu ano. Agora, mesmo com a concorrência de Jadson, ele mostra confiança de que será titular, como repetiu na última quarta. O caminho pode ser um posicionamento mais recuado.

Mano deu essa dica ao responder sobre a forma como o time tem recuado ao sair na frente no placar. Para ele, o fim dessa prática durante os jogos passa por um detalhe técnico.

"A passagem da bola pelo meio é importante para tudo isso. Hoje estamos com três volantes, dois com mais saída e o Ralf na contenção. A passagem precisa ser feita com qualidade pelo meio. Ela parte de um tripé de meio-campo, mas uma das pernas pode ser feita por um meia", disse o técnico, indicando que um homem com características mais ofensivas poderia substituir Bruno Henrique ou Guilherme no futuro.