O departamento de compliance do Corinthians analisou a Carta de Intenções Não Vinculante apresentada pelos criadores da SAFiel ao clube e recomendou à diretoria, sob a presidência de Osmar Stabile, que não assine a proposta sem antes esclarecer algumas dúvidas. Segundo informações obtidas pela Gazeta Esportiva, o compliance identificou várias 'red flags' (termo em inglês que indica sinais de alerta) no projeto, que visa transformar o Corinthians em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF).
Em sua análise, o departamento de compliance averiguou este e mais de 100 contratos no último mês, ressaltando a necessidade de esclarecimentos sobre determinados pontos. Até que tais questionamentos sejam respondidos, a recomendação é de que a diretoria não avance com a proposta, que foi apresentada em uma reunião entre os fundadores da SAFiel e Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo do Timão.
Entre as principais preocupações levantadas pelo compliance, destaca-se o fato de a empresa Invasão Fiel S.A ter sido fundada recentemente com um capital social de apenas R$ 3 mil, apesar da promessa de arrecadar R$ 2,5 bilhões para quitar as dívidas do Timão e investir no futebol. Além disso, foi identificado que Maurício Chamati, um dos responsáveis pelo projeto, está envolvido em um processo judicial por estelionato. Chamati, cofundador do Mercado Bitcoin, também tem ligações com a antiga gestão do clube, liderada pelo presidente destituído Augusto Melo, e fez parte do Comitê Independente de Finanças do Corinthians por sete meses, durante os quais assinou um Acordo de Não Divulgação (NDA), comprometendo-se a manter sigilo sobre informações sensíveis.
Após a dissolução do Comitê, ele começou a trabalhar com Carlos Teixeira e Eduardo Salusse na elaboração da SAFiel, cuja proposta foi oficializada em 28 de outubro deste ano. Fontes ligadas à SAFiel afirmam que a percepção de suspeita por parte de dirigentes do Corinthians é um "exagero" e expressam descontentamento com a forma como a situação está sendo gerida internamente.
Embora não haja garantias de que o presidente Osmar Stabile não assinará a proposta da SAFiel, a probabilidade de tal decisão ocorrer neste momento é baixa, dado o contexto atual e a recomendação do compliance.
A análise do compliance levou alguns conselheiros do Corinthians a reconsiderarem o apoio ao projeto da SAFiel. No entanto, uma parte do Conselho Deliberativo continua a defender a proposta e planeja apresentá-la para discussão no Parque São Jorge. De acordo com informações da reportagem, alguns conselheiros estão tentando coletar 50 assinaturas para obrigar Romeu Tuma Júnior a colocar o assunto em pauta nas próximas reuniões do Conselho, o que poderia expô-los a responsabilizações em caso de indenizações, uma vez que o compliance recomendou não prosseguir com a proposta, pelo menos nos moldes atuais.
Além da discussão sobre a SAFiel, o Conselho também se preparará para votar um projeto de reforma estatutária apresentado por Romeu Tuma Júnior, que enfrenta pressão nos bastidores, mas pretende levar a proposta à discussão o mais rapidamente possível.
A SAFiel, idealizada por Carlos Teixeira, Maurício Chamati, Eduardo Salusse e Lucas Brasil, propõe a transformação do Corinthians em uma SAF, com gestão profissional sob a responsabilidade dos torcedores. Os corintianos teriam a oportunidade de comprar ações a preços acessíveis e participar da votação dos conselheiros. O clube seria organizado em quatro conselhos: Administrativo, Fiscal, Cultural e de Governança, com a tarefa de fiscalizar e realizar auditorias externas periódicas.
Conforme o projeto, a administração ficaria a cargo de executivos profissionais, contratados ou demitidos de acordo com sua performance e cumprimento de metas. O departamento de futebol seria separado do clube associativo. Para viabilizar investimentos, há três alternativas para os acionistas: uma reserva popular, que permite a cada torcedor adquirir até dez ações; um varejo mais amplo, destinado a torcedores de maior poder aquisitivo; e um terceiro grupo voltado a investidores profissionais. Antes de efetuar a compra, o interessado deve comprovar sua afiliação ao Parque São Jorge ou sua inscrição no programa Fiel Torcedor. Para evitar a concentração de poder, nenhum acionista poderá adquirir mais de 1,8% das ações, sendo necessário também comprovar a origem dos recursos. A expectativa é arrecadar R$ 2,5 bilhões para saldar dívidas e investir tanto no futebol quanto na infraestrutura do Corinthians.



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