Invasão no Parque São Jorge: Crise política preocupa elenco do Corinthians. Cíntia Montino, ex-assessora administrativa do Corinthians, retirou o processo contra o presidente afastado do clube Augusto Melo. O ge teve acesso ao documento enviado à juíza da 1ª Vara Criminal do Foto Regional VII, no bairro do Tatuapé, em São Paulo. No documento assinado pelo advogado José Paulo do Amaral Ferraz, que assumiu o caso recentemente, há o relato de que Montino optou por encerrar o caso de maneira amigável, longe da esfera criminal. O julgamento estava marcado para esta quinta-feira. – Dessa forma, a Querelante, nesse momento processual, não vislumbra mais interesse no prosseguimento do feito, tendo a certeza de que a composição amigável fora do processo se mostrou suficiente para a reprovação do crime – diz o documento.
A ex-assessora do clube ainda oferece perdão a Augusto Melo, Wanderley Ferreira da Silva e Ronaldo Fernandez Tomé, também imputados no processo aberto por Montino. Ela ainda aguarda que os três envolvidos na queixa-crime aceitem o perdão para arquivar de vez o processo. Em novembro de 2023, quando ainda era candidato a assumir o comando do Corinthians, Augusto Melo gravou uma mensagem de voz na qual dizia que a Cíntia Montino se prostituía. No áudio, que acabou vindo a público, o agora presidente afastado afirmou. – A Cintia, eu vou pegar ela e deixa que eu vou falar aqui que ela cobra dinheiro para dar a b... Aqui pra dar pros velho aqui. Deixa ela que vou catar ela aqui e vou acabar com ela aqui – disse Augusto Melo.

A declaração de Augusto Melo se espalhou, o que fez a ex-assessora administrativa processar o dirigente por difamação e injúria, com aumento de pena na acusação pelo meio utilizado para a propagação da ofensa. No caso, o WhatsApp. Em fevereiro, o presidente afastado do Timão usou as redes sociais para pedir desculpas sobre o conteúdo do áudio. Um dia depois da data marcada da audiência, que seria nesta quinta-feira, Augusto Melo pediu perdão a Cíntia Montino. – Sei que a ofensa foi pesada, eu estava muito nervoso na hora, isso não se justifica, sei o tanto que as mulheres sofrem nesse mundo e não podia ter falado de jeito nenhum. Não imaginava que alguém pudesse gravar e divulgar para outras pessoas – declarou.
Ainda na época, a defesa de Montino repudiou o pedido considerado “tardio” e “oportunista”. O advogado Alan Feher Zilenovski, porém, largou o caso por uma mudança de estratégia da cliente, optando por deixar o caso por motivo de foro íntimo, conforme questionamento por parte da reportagem do ge. O documento em que Montino pede perdão a Augusto Melo tem a assinatura do advogado José Paulo do Amaral Ferraz. Augusto Melo, em contato com a reportagem, se pronunciou sobre o assunto no fim da tarde desta quinta-feira. – Foi uma fala infeliz, fico com vergonha disso até hoje, a procurei, conversei com ela e pedi perdão por tudo. A Cintia é uma pessoa que frequentava minha casa e fico feliz que a gente tenha se acertado. Fica o acontecimento como aprendizado e uma lição. Peço novamente perdão a ela e sua família – afirmou.