Corinthians 0 x 0 Vitória | | Melhores momentos | 11ª rodada | Brasileirão 2025 Repertório ofensivo limitado, dificuldades para substituir jogadores importantes e um futebol pouco empolgante. Apesar disso, a adoção de um discurso de que o time está em evolução e que, com o tempo, o cenário irá melhorar. O início de Dorival Júnior no Corinthians tem ares de déja vu. Tanto o que se observa em campo quanto o que se ouve nas entrevistas do treinador é muito parecido com o que aconteceu na passagem recente dele pela seleção brasileira. Notar essas similaridades não significa atribuir ao técnico a culpa por tudo o que não deu certo na CBF ou o que não vem funcionando no Corinthians , nem sentenciar que ambos os trabalhos terão resultados iguais. Porém, ao mesmo tempo é importante aprender com os erros (táticos e discursivos) do passado para não repeti-los. Diante do Vitória, o Timão mais uma vez praticou um jogo pouco empolgante, criou pouco e saiu da Neo Química Arena sob vaias e protestos após o empate em 0 a 0 . Após atuação apática contra o Huracán, na última terça-feira, Dorival fez muitas mudanças.

Ainda assim, não quis voltar ao esquema 4-4-2 com um losango no meio, com o qual o Corinthians viveu seus melhores momentos recentes. Ele trocou os dois laterais, pôs Hector Hernández no lugar de Romero e, sem poder contar com Carrillo, machucado, optou pela entrada de Talles Magno. Mesmo com Raniele em campo - e depois José Martínez - Maycon novamente foi escalado à frente da zaga, como primeiro volante. Tal escolha, como forma de qualificar a saída de bola, é compreensível apesar de o camisa 7 estar longe de seu melhor nível. O que é difícil de entender é ter um volante sem tanta característica ofensiva (como Martínez) com liberdade para jogar sendo que há mais jogadores qualificados para isso. Na frente, Memphis tinha liberdade para circular, mas passava a maior parte do tempo mais por dentro. Héctor era quem caía pela direita, enquanto Talles (notadamente sem confiança para tentar jogadas individuais) ficava pela esquerda. O time teve muito mais posse de bola, mas sofreu para converter o domínio em chances de gol. Quando se aproximou da meta rival, concluiu mal. Veja a entrevista coletiva de Dorival Júnior após Corinthians 0 x 0 Vitória As coisas melhoraram no segundo tempo, após a entrada de Rodrigo Garro. O Corinthians mandou duas bolas na trave (uma delas, anulada por impedimento), mas mesmo assim não conseguiu tirar o zero do placar. Se não fosse Hugo Souza, a história poderia ter sido ainda pior...

Estatísticas - Corinthians x Vitória Posse de bola: 63% x 37% Finalizações: 12 x 6 Finalizações no alvo: 4 x 2 Passes completos: 582 x 201 Passes incompletos: 81 x 70 Desarmes: 14 x 22 Dribles: 7 x 8 Escanteios: 8 x 3 Faltas cometidas: 8 x 16 Dorival tem certa razão ao destacar o peso de alguns desfalques, como Garro, Yuri Alberto e Memphis Depay, mas ainda sem poder contar com todos os seus melhores jogadores a equipe poderia estar rendendo. Até porque já fez isso num passado recente. Também é válido o argumento do pouco tempo para treinamentos, mas até por isso o técnico deveria ter preservado coisas que vinham dando certo. Em vez disso, preferiu abrir mão de um sistema que potencializava as características dos atletas e que "escondia" as carências do elenco, como a falta de bons atacantes de beirada. Ainda é cedo para conclusões a respeito do trabalho de Dorival no Corinthians , mas por enquanto está difícil encontrar a tal evolução apontada por ele. Corinthians sem criatividade, analisa Careca | A Voz da Torcida.