Em sua primeira entrevista como presidente interino do Corinthians, Osmar Stábile falou sobre a calamidade financeira que vive o clube. O dirigente assumiu o cargo após Augusto Melo ser afastado provisoriamente por decisões dos conselheiros. Na coletiva nesta terça-feira (27), revelou que não há dinheiro no caixa para pagar uma parcela do Profut. Criado em 2015 pelo Governo Federal, o Profut (Programa de Modernização a Gestão e Responsabilidade Fiscal do Futebol) visa melhorar a gestão financeira dos clubes brasileiros e possibilita negociações de dívidas a longo prazo com a instituição. Os benefícios só valem se não houver atraso de pagamento das parcelas. Armando Mendonça, vice-presidente, e Osmar Stábile revelaram dificuldades para quitar o débito.

Uma situação grave que precisam saber é que nós corremos o risco de sair do Profut, isso é uma preocupação. Não sabíamos, tivemos conhecimento hoje pela manhã. Ninguém sabia dessa questão, essa informação é uma informação verdadeira e precisa ser colocada. Precisamos da união de todos, da compreensão, e esses milhões que foram noticiados não encontramos nos caixas — disse Armando Mendonça. — Não podemos ficar com três parcelas atrasadas (do Profut). Vence uma parcela de R$ 3 milhões que temos que pagar. Fomos no caixa e não tinha — revelou Stábile. Osmar Stábile falou sobre os problemas financeiros vividos pelo Corinthians.
A exclusão do programa poderia acarretar consequências graves aos cofres do Corinthians. A dívida do clube é avaliada em R$ 2,5 bilhões. A antiga diretoria recorreu ao RCE (Regime Centralizado de Execuções) para organizar os pagamentos com os credores, evitando, assim, problemas financeiros a curto prazo. Deixar o Profut poderia tornar a equipe mais suscetível a riscos de penhoras e bloqueios. Osmar Stábile frisou as dificuldades que o clube vive.
Primeiro a gente começa pela questão financeira, o jurídico e a administração. Terra arrasada é porque temos que pagar alguma coisa e não tem dinheiro. Onde está o dinheiro? Não tem. Temos que correr atrás para conseguir. Temos que mudar essa situação, não temos uma varinha de condão para mudar de imediato. Precisamos de trabalho e dedicação para resolver esses problemas. Temos período curto e com arrojo vamos resolver os problemas. Não será de imediato — disse o dirigente.