A Polícia Civil de São Paulo indiciou nesta quinta-feira o presidente do Corinthians, Augusto Melo; o ex-diretor administrativo do clube, Marcelo Mariano; o antigo superintendente de marketing corintiano, Sérgio Moura; e Alex Cassundé, dono da empresa responsável pela intermediação do contrato com a VaideBet. Augusto Melo e os outros indiciados, segundo as investigações, acabaram enquadrados em três crimes: furto qualificado pelo abuso de confiança, associação criminosa e lavagem de dinheiro. O presidente corintiano afirmou na sexta-feira passada que, mesmo com o indiciamento, não renunciaria ao cargo para o qual foi eleito no fim de 2023. Augusto Melo se pronunciou sobre o assunto por intermédio do advogado de defesa, Ricardo Cury. –A defesa do presidente Augusto Melo recebeu com incredulidade e indignação o relatório final do inquérito, divulgado na noite desta quarta-feira (22), e informa que fará suas considerações oficiais assim que concluir a análise integral do documento. Reitera-se a convicção de que o presidente Augusto Melo não possui qualquer envolvimento com eventuais irregularidades relacionadas ao caso – posicionou-se. – O presidente foi o responsável por viabilizar o maior contrato de patrocínio máster do futebol sul-americano, tendo recebido a proposta, encaminhado aos departamentos competentes e firmado o contrato com a aprovação de todos os setores envolvidos. Esse foi o único papel desempenhado por ele no processo – acrescentou.
A reportagem entrou em contato com todos os indiciados, e, além de Melo, até o momento recebeu respostas de Sérgio Moura e Marcelo Mariano. – A defesa está muito tranquila, o Sérgio está muito tranquilo. Confiamos plenamente nas provas que foram colhidas durante a investigação. Não houve participação alguma. A autoridade policial tem a liberdade de interpretação, e a defesa acredita que está equivocada. Tudo será provado no decorrer do processo – explicou o advogado José Roberto, representante legal de Sérgio Moura, em contato com o ge. – A defesa discorda frontalmente da conclusão alcançada pela Autoridade Policial. O próprio relatório de análise de dados financeiros feito pela Polícia Civil de São Paulo comprovou que o Sr. Marcelo Mariano nunca teve qualquer benefício econômico envolvendo o contrato da empresa VaideBet. Ao término da investigação, restou comprovada a absoluta legalidade e licitude de todos os atos praticados pelo Sr. Marcelo Mariano, enquanto atuou como Diretor Administrativo do Corinthians – disse a defesa de Marcelo Mariano, representada pelo advogado Átila Machado.
Assim que Alex Cassundé se pronunciar, o texto será atualizado. Os quatro aguardam agora manifestação do Ministério Público de São Paulo a partir do documento produzido pelas investigações do Departamento de Polícia de Proteção a Cidadania (DPPC) e da terceira delegacia, especializada no crime de lavagem de dinheiro. A partir do inquérito concluído pelo delegado Thiago Fernando Correia, o Ministério Público pode oferecer a denúncia, que será analisada por um juiz. O promotor Juliano Atoji atuou na condução do caso e ouviu parte dos mais de 20 depoimentos concedidos desde o ano passado. Se o juiz receber a denúncia, Augusto Melo, Marcelo Mariano, Sérgio Moura e Alex Cassundé vão se tornar réus em processo penal do caso VaideBet, iniciando cada um as respectivas defesas.