O presidente Augusto Melo, do Corinthians , aproveitou a entrevista coletiva desta sexta-feira para justificar a reprovação das contas por parte do Conselho Deliberativo. O dirigente reforçou as contingências de 2023 na casa de R$ 191 milhões, em valores que deveriam ter sido lançados nas contas do ano anterior, segundo o relatório da própria diretoria. Há divergências dentro do clube sobre essa leitura.
– As contas estão aí, coloquei minhas contas na Justiça através da RCE. Hoje, tudo o que se paga e o que se deve, está na Justiça. Hoje, os nossos credores sorriem e agradecem porque sabem que vão receber. As pessoas usam isso com maldade, mancham a imagem do Corinthians . Eu não vou assumir essa conta, essa dívida não é minha. Se teve erro, que paguem pelo erro – afirmou.
– Não é meu, não vou assumir. O meu trabalho foi trazer receitas, equilibrar as finanças. Arrecadamos R$ 1 bi. Vamos nos igualar ao outro clube, chegar a R$ 1,3 bi. Estamos trabalhando para colocar o Corinthians no maior patamar do futebol brasileiro. O clube é a maior audiência do país, estou lutando por isso. Não vou aceitar essa dívida, jogaram na imprensa uma dívida monstruosa. Contratei o Messi e o Cristiano Ronaldo e não estou sabendo? – afirmou.
A dívida “monstruosa” citada por Augusto é o passivo de R$ 829 milhões atingidos pelo clube no exercício de 2024, segundo relato dos órgãos fiscalizadores do Corinthians . Tanto o CORI quanto o Conselho Fiscal reprovaram as contas e constataram uma dívida de R$ 181,766 milhões. A diretoria, porém, no campo das “contingências”, afirma ter herdado uma dívida de R$ 191 milhões da gestão Duilio Monteiro Alves. Houve até pedido de reabertura das contas auditadas do ano passado, ainda sem avanço dentro do clube.
Nesta análise, a diretoria registra um superávit de R$ 9 milhões no ano passado. No primeiro bimestre, segundo balancete publicado, o saldo foi positivo de R$ 12 milhões, mas em documentos que não passaram pela análise dos órgãos fiscalizadores, segundo o CORI.
– Sempre deixei isso claro, eu não errei. Está provado. Se eu precisar abrir uma sindicância policial, eu o farei. O torcedor tem a oportunidade de entender como foram feitos esses R$ 2 bilhões de dívida – sentenciou o presidente. – O Corinthians não gastou um real, começou um projeto de equação de dívidas e vamos atrás de conquistas. Tivemos uma conta de superávit. O Corinthians teve um superávit de R$ 12 milhões nos primeiros dois meses – disse.