Trabalho duro. A expressão é a que melhor define a pré-temporada do Corinthians. Em pouco mais de uma semana, o elenco ficou concentrado quase que integralmente no CT Joaquim Grava, trabalhou em dois períodos na maioria dos dias e demonstrou muita vontade e competitividade em tudo o que foi proposto pela comissão técnica. Quem garante isso é o preparador físico Diego Pereira, um dos homens de confiança do técnico Ramón Díaz e peça-chave nos bastidores do futebol corintiano. Em entrevista exclusiva ao ge , o membro da comissão técnica relata o trabalho realizado com os atletas nos últimos dias, explica o planejamento para o início do Paulistão, crava que o foco está em alcançar uma boa preparação física para a estreia na Conmebol Libertadores e elogia o profissionalismo do elenco. – Hoje, acaba um treino e os caras ficam no campo discutindo os porquês de terem vencido, perdido, de terem dado um passe ali, outro aqui. Esse tipo de cobrança é muito positivo para que o atleta continue evoluindo. Se não tem a cobrança, o cara acaba o treino ali, entra no vestiário e tchau. Essa competição e essa cobrança entre eles acontece de uma forma positiva.

Nesta quinta-feira, o Corinthians estreia no Campeonato Paulista diante do Red Bull Bragantino, às 19h30 (de Brasília), em Bragança Paulista. Como você verá abaixo, a equipe que disputará a partida será um misto entre jovens da base e jogadores mais experientes, justamente para rodar o elenco de olho na fase preliminar da Libertadores, no meio de fevereiro. Confira, na íntegra, a entrevista com Diego Pereira: Como está sendo o desafio de preparar o Corinthians para um ano com quatro competições tendo uma pré-temporada tão curta? – Não é só o tempo curto de preparação que é a preocupação, são os 14 jogos em 6 semanas já no início de uma temporada. Uma sequência tão desgastante e sem uma preparação adequada vai requerer de nós, como corpo técnico, muita inteligência para fazer com que os atletas possam se recuperar de um jogo para outro.

– Todos os atletas tiveram o plano de férias de treinamento. A partir do dia 12 de dezembro, eles começaram alguns trabalhos de preparação física nas férias. Tínhamos um feedback constante, diário. Recebemos os atletas numa condição muito boa. Na temporada passada, recebemos nove atletas no meio do ano, a maioria vindo da Europa, e alguns estavam de férias ou um tempinho parado. Foi um desafio para que esses atletas chegassem em condições de performar o mais rápido possível. O caso do Memphis, por exemplo, que veio de uma lesão, uma lesão grau dois na posterior, estava três meses sem jogar. É um atleta que tem um porte físico que exige muito de potência, exige muito de ritmo de jogo, então foi um desafio grande.

Qual foi a resposta dada pelos atletas na pré-temporada? – Foi duro porque nos cinco dias primeiros dias de preparação tivemos dez treinos. Treinamos em período integral praticamente todos os dias. Na maioria das vezes, treinamos a parte física individualizada dos atletas no campo. Pela tarde, fazíamos os treinos com o Ramón, de acordo com o modelo de jogo, a parte tática, a parte mais específica do jogo em si, e com complementos físicos necessários para cada dia. Fomos colocando os dias em relação às valências físicas que a gente ia priorizar por posição e em relação ao percentual de jogo de cada atleta.