21/3/2021 10:10

Da salinha ao laboratório: projeto do Corinthians para "consertar" jogadores completa 10 anos

Lab R9, o laboratório de biomecânica do Timão, já atendeu mais de 620 jogadores; conheça

Da salinha ao laboratório: projeto do Corinthians para
O Corinthians comemora neste mês o aniversário de dez anos de seu laboratório de biomecânica. Usados por todos os atletas do clube e por jogadores que visitam a estrutura para reabilitação, o "Lab R9" já atendeu 620 atletas e fez 4 mil testes e análises, gerando um banco de dados enorme.



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Idealizado pelos fisioterapeutas Luciano Rosa e Bruno Mazziotti, que hoje trabalha no Arsenal, da Inglaterra, o espaço foi iniciado numa salinha de 60 metros quadrados dentro do CT Joaquim Grava e, aos poucos, foi sendo ampliado. Hoje, ocupa 750 metros quadrados, considerando a parte externa

Mudou muito, principalmente nos equipamentos: tem câmeras, aparelhos, plataformas, mas o mais importante de tudo foi a metodologia que a gente foi evoluindo – disse Luciano Rosa, ao ge.

Basicamente, o espaço foi criado com dois propósitos: reabilitar jogadores em retorno de lesão e, além disso, analisar e criar protocolos para qualificar os treinos de alta performance, corrigindo movimentos imprecisos e evitando novas lesões. Como explicou Luciano:

Aqui conseguimos analisar gestos ou déficits motores que ao olho nu você não enxerga. A ideia sempre foi melhorar a prevenção de lesões e otimizar a performance. Não só a parte física, mas também de treinamento, de jogo, a performance do movimento. Para um atleta que precisa desenvolver um gesto com mais velocidade, conseguimos avaliar porque ele não consegue. Criamos estratégias para que ele melhore esse gesto individual.

Os jogadores do Corinthians realizam vários testes no Lab R9 no início da temporada. Ao longo do ano, fazem trabalhos preventivos e, em alguns casos, corretivos em relação à performance. Há ainda os jogadores que usam espaço no retorno das lesões e os novos contratados que passam por testes.

Vamos supor que você tem um atleta que precisamos que tenha um início de sprint mais rápido, uma reação mais rápida. A gente avalia as variáveis dele. Pode ser força, como ele consegue ativar toda a parte muscular para gerar essa força, ou pode ser mobilidade, como o déficit de mobilidade pode influenciar nesta dificuldade da velocidade do sprint – exemplificou Luciano.

Esse atleta pode precisar de um trabalho de execução de força em determinado ângulo de saída de movimento. Então fazemos um trabalho bem personalizado para gerar essa melhor performance. Sempre que o atleta está na melhor performance física, emocional e nutricional, a chance de ele se lesionar é bem menor. É encontrar o déficit motor de movimento e planejar a estratégia de treino.

Da Inglaterra, Bruno Mazziotti "vê seu filho crescer" com orgulho. As metodologias de prevenção, reabilitação e treinamento de alto rendimento já renderam 25 publicações acadêmicas. Ex-profissional da seleção brasileira, Mazziotti acredita que a análise pode melhorar muito o desempenho dos atletas.

Minha dissertação de mestrado era avaliando a precisão do chute e do passe, gestos técnicos mais utilizados, comparando a estabilidade do tornozelo do apoio. Os treinadores falam muito de melhor posicionamento corporal, de como dominar a bola, e isso está muito ligado à estabilidade. Quando o tornozelo está instável, ele pode afetar a precisão do passe e do chute. Melhorando a estabilidade e o apoio, conseguimos melhorar a precisão do passe e do chute. E fizemos isso com atletas até da base, não só aqueles que sofreram lesões, mas aqueles que apresentaram instabilidade.

Referência nacional

Mazziotti e Luciano Rosa acreditam que o Lab R9 foi pioneiro no Brasil, embora tenham "bebido da fonte" de outras iniciativas de sucesso, como o Reffis, do São Paulo, que foi referência em recuperação física no início dos anos 2000. O nome passou a homenagear Ronaldo em 2013.

Era só Lab Corinthians. Oficialmente, o "R9" vem na reforma, em 2013. Alexandre Pato começa a trabalhar na sala pequena e termina na maior. Ronaldo sempre foi um cara ligado a isso, sempre cobrou muito de quem estava ao redor dele. Quando trago esse conceito (em 2011), dividindo isso com ele, ele adora a ideia e fala "vamos fazer acontecer". Quando a coisa começa a tomar uma proporção maior, achei justo homenageá-lo. Foi um atleta que superou todas adversidades – justificou Mazziotti.

O espaço, aos poucos, foi crescendo. O médico Joaquim Grava criou o Ceproo, Centro de Preparação e Reabilitação Osmar de Oliveira, espaço aberto para que atletas profissionais de outros clubes ou modalidades que passaram por cirurgias delicadas e buscam ajuda para reabilitação.

Tem um caso emblemático que foi o jogador da Ucrânia, Dmytro Chygrynskyi (zagueiro) . Ele estava no Shakhtar Donetsk, foi para o Barcelona, voltou e não jogava por várias lesões musculares. Ficou conosco de três a quatro meses (em 2014). Quando teve alta, veio perguntar onde pagava. Dissemos que não era nada, que era um trabalho nosso. E ele ficou muito emocionado – lembrou Luciano.

A procura é enorme para esse tipo de trabalho, mas existe uma triagem rigorosa para a aprovação:

Geralmente vem o atleta que já passou por algumas intervenções e não teve sucesso. Fazemos o trabalho de acordo com a patologia. Tem atleta que tem um mês para atender, está de férias da Europa, tem atleta que faz só a avaliação. Fazemos um filtro grande. Para nós é interessante, você vê casos complexos que às vezes não vai ter no clube – justifica Luciano.

O futuro já começou

O próximo objetivo dos profissionais do "Lab R9" é passar a utilizar as análises numa forma em que se consiga evolução técnica da equipe.

Estamos criando metodologias. Converso muito com o Vagner Mancini para isso, estamos evoluindo e vamos ajudar na parte técnica do jogo. Estamos desenvolvendo formas para tomada de decisão rápida, estratégias motoras. Ainda não estamos fazendo, mas queremos começar a atuar mais nesta parte do jogo. Auxiliar um domínio de bola numa bola mais rápida. Começaremos até 2022.



Um dos exercícios que já é aplicado desde 2019 é o "gol de reação", feito num local que exige velocidade de reação e inteligência motora dos jogadores.






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