O casal Gustavo Antonio, 24 anos, e Carol Torquato, 22, namora há um ano e agora planeja um passo decisivo na relação: morar juntos. Para isso, eles contam com a paixão de fiéis torcedores do Corinthians. Como o orçamento está apertado, resolveram usar a criatividade para levantar fundos e construir a casa: estão produzindo bandeiras do Corinthians para rifar.

O dinheiro arrecadado com as rifas servirá para que eles possam comprar material de construção. Feitas à mão e com muito capricho por Gustavo, as oito bandeiras representam a evolução dos distintivos do Corinthians desde 1910. Um trabalho minucioso que também tem a participação da Carol, que ajuda com os detalhes do trabalho. O acabamento final da costura é feito pela mãe dela.

O casal resolveu anunciar as rifas em uma rede social, e foi pego de surpresa com a repercussão – tanto que agora faltam poucos números a serem vendidos. De um total de 100, restam apenas 10.

– Tenho Twitter, mas eu não uso, tinha 200 seguidores. Quando eu vi, um monte de páginas do Corinthians começou a retuitar, quando eu fui ver de novo tinha 400 retuites – explica Carol.

Mas não pense que as rifas são vendidas pra qualquer pessoa... Não basta querer ajudar o casal, o interessado tem que ser torcedor do Corinthians. Do contrário, pode até contribuir com uma quantia, mas o nome fica fora do sorteio.

– Um rival ganhar oito bandeiras do Corinthians, já pensou? – imagina Gustavo.
Com o custo de R$ 25, a arrecadação total das rifas será de R$ 2.500.

– Muitas pessoas acharam que o dinheiro da rifa era tudo, mas infelizmente não dá. 2500 reais é só uma ajuda mesmo – esclarece Gustavo.

Gustavo e Carol se conheceram em um jogo do Corinthians, mas o que impulsionou a aproximação foram as redes sociais. Trocaram mensagens e combinaram o primeiro encontro num jogo de basquete, no Parque São Jorge. Depois disso, passaram a frequentar partidas de todo tipo de modalidade do clube: futebol feminino, futsal, vôlei.

Os jogos preferidos são os do time profissional masculino de futebol, na Arena Corinthians. Mas tiveram que fazer um grande sacrifício para economizar dinheiro para a casa, e pararam de frequentar o estádio.

– O último jogo que a gente foi junto foi a final do Paulista. Aí ele parou, eu também parei. Realmente dói ver minhas amigas, os amigos dele indo pro jogo, e a gente não. O pessoal chamando, perguntando. "Vocês não vão pro jogo?". Dói bastante – conta Carol.

Se antes eles eram figurinhas carimbadas na Arena, agora podem ser encontrados aos finais de semana na construção. Gustavo aproveita os sábados e domingos pra colocar a mão na massa, e com a ajuda do pai, que trabalha com obras, vai erguendo a casa tijolo a tijolo.

Todo esse esforço e economia estão dando resultados, e a previsão é de que a casa fique pronta dentro de um ano. Claro que eles já imaginam como será o futuro lar e a decoração: "Tudo preto e branco". Um sonho que estão construindo junto com muitos corintianos, que além de contribuírem com Gustavo e Carol, ainda podem ganhar oito bandeiras muito especiais.

– É um pedacinho da minha casa, que a pessoa vai carregar pro resto da vida – conclui Gustavo.