Foto: Luis Moura
Não dá para negar que o futebol brasileiro é um triturador de treinadores, não importa se fizeram um bom trabalho ou não, basta ser derrotado em uma sequência, para que o vínculo entre as partes seja quebrado de modo a tentar ‘salvar’ a situação do clube. No entanto, há situações em que os números mostram que a situação realmente não é das melhores. Esse é o caso de Jair Ventura, que em seu segundo clube no ano, volta a ser questionado pelo seu retrospecto na temporada.
Atualmente no Corinthians, o comandante ostenta um aproveitamento muito baixo, de apenas 33,3% dos pontos que disputou, ou seja, tem média de um ponto por jogo. Algo bem abaixo da expectativa em um clube desse tamanho. Se compararmos com outros trabalhos com pelo menos dez partidas de duração, Jair seria o segundo pior entre aqueles que estiveram empregados equipes de Série A, à frente somente de Claudinei Oliveira, no Paraná, com 9,09%.
No entanto, não é de hoje que o técnico tem números ruins na temporada, uma vez que sua passagem pelo Santos também não deixou saudades. Em 37 jogos oficiais em 2018 pelo Peixe, conquistou aproveitamento de 45,95%, que muitas vezes esteve entre os piores do ano. Conquistar menos da metade dos pontos que disputou é um legado que atiça qualquer dirigente de clube grande a demitir seu treinador. Foi o que aconteceu, mas mesmo assim, recebeu a confiança dos mandatários do Timão.
Se somarmos os dois trabalhos de Jair Ventura nesta temporada, à frente de dois clubes enormes no cenário nacional, teremos uma situação que reforça a reclamação de quem defende sua demissão. São 50 jogos oficiais, 17 vitórias, 13 empates e 20 derrotas, aproveitamento de 42,67%, número muito baixo, que se fosse comparado com clubes de Série A em 2018, seria melhor do que apenas dois concorrentes: América-MG (40,67%) e Paraná (27,54%). Porém, seria suficiente para livrar qualquer time do rebaixamento no Brasileirão.
Jair é o terceiro comandante do Corinthians neste ano e substituiu Osmar Loss, que retornou ao cargo de auxiliar, de onde saiu para substituir Fábio Carille, que foi seduzido por uma proposta do Al-Wehda, da Arábia Saudita, e deixou o clube por vontade própria. O atual treinador é aquele que ostentam o pior aproveitamento entre os três, uma tendência, já que esse percentual cai a cada troca de comando.