Caíque, do Vitória, em ação pela seleção sub-20 contra a Inglaterra

Em sua preparação para o ouro olímpico, a seleção brasileira apresentou como principal novidade a convocação de sete sparrings para completar os treinos. A escolha deles não foi por acaso, claro: o objetivo era trazer os garotos mais promissores para ambientá-los até Tóquio-2020, também. A CBF, ainda assim, não conseguiu que todos fossem liberados para os treinos na Granja Comary.

Entre eles, o goleiro Caíque, do Vitória.

Ao lado de Gabriel Jesus, do Palmeiras, Thiago Maia, do Santos, e outros, o gigante de 1.98m está no radar do técnico Rogério Micale para o próximo ciclo olímpico.

Uma prova disso é que, no primeiro compromisso após a conquista sobre a Alemanha, no Maracanã, ele esteve entre os convocados para amistosos contra a Inglaterra, brilhou e defendeu pênalti no último domingo.

No Barradão, o jovem jogador de 19 anos é chamado de 'novo Dida'.

E não refuta o apelido.

O goleiro de 19 anos após o título estadual

A personalidade não surpreende para quem com tão pouca idade viu um Ba-Vi ser protagonizado por seu futebol ao deixar o Bahia após atraso no pagamento do FGTS, se transferir para o rival Vitória e recusar em seguida uma oferta do Corinthians para que mudasse de ares.

"Ele já tinha todo esse tamanho com 15 anos. Me recordo do dia em que fui apresentá-lo no CT e aí largaram: 'porra, esse menino com essa idade e mais de 2 metros de altura', brincaram. 'Esse não vai ter erro, não', respondi", conta João Paulo Sampaio, ex-coordenador de base do Vitória e hoje no Palmeiras, ao ESPN.com.br.

"Fui até abrindo um pouco caminho para que amadurecesse mais cedo. Subi para o júnior antes e tudo isso", prossegue.

Na seleção sub-20, Caíque foi chamado ao lado de Daniel Fuzato, do Palmeiras, que herdou a sua vaga de sparring no grupo olímpico.

Foi reserva no primeiro amistoso e titular no segundo.

Os seus passos são seguidos no continente europeu faz algum tempo.

O Benfica já encaminhou oferta para levá-lo, mas rejeitada pela diretoria do Vitória e voltou a insistir mais recentemente. Esguio e ágil, o jovem jogador tem contra si apenas uma suposta dificuldade na saída em cruzamentos e também destempero, que resultou em discussões com a torcida rubro-negra.

Um futuro promissor para o garoto que, ao fazer teste no Bahia, atuava como lateral esquerdo e, somente ao se deparar com a possível reprovação, pediu para ir para o gol e nunca mais deixou a posição.