Engana-se quem pensa que Ricardo Teixeira desapareceu do mapa do futebol brasileiro. Presidente da CBF de 1989 a 2012, o dirigente se reuniu na última segunda-feira com Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da FPF (Federação Paulista de Futebol), e Rubens Lopes, presidente da Ferj (Federação do Estado do Rio de Janeiro), na capital fluminense.

O motivo: articular a candidatura da dupla na próxima eleição da CBF, com o objetivo de voltar a mandar. Teixeira renunciou à presidência da entidade em meio a uma série de denúncias e investigações contra si. Ainda assim, conseguiu se manter influente nas decisões da CBF com as chegadas de José Maria Marin e depois Marco Polo Del Nero ao trono.

Nos próximos dias, o Comitê de Ética da Fifa deverá anunciar uma punição pesada a Del Nero, que terá de ser excluído da CBF. Teixeira não quer Coronel Nunes à frente da entidade e já mobilizou quase todas as federações de futebol do país para votarem em Rubens Lopes como candidato à presidência e Reinaldo como vice, em eleição que poderá ser marcada ainda este ano.

Para que ela saia do papel, o presidente da CBF e todos os vices teriam de renunciar a seus cargos, o que também está sendo combinado.

É aí que entra outra jogada de Teixeira, que vive na Flórida, mas veio pessoalmente ao Brasil para coordenar todo o movimento: em vez de permitir que os times da Série B do Brasileiro participem da votação para apontar o presidente, como se especulou, a CBF anunciará que as regras da eleição seguem como antes. Ou seja, apenas os 20 clubes da Série A e as 27 federações terão direito a voto.

Isso praticamente inviabiliza a chance de um candidato lançado pelos times vença, já que eles são minoria e a federação de Santa Catarina é a única que faz oposição atualmente entre as 27 federações. Os últimos cinco presidentes da CBF, incluindo os interinos Marcus Vicente e Coronel Nunes, não têm ligação com clubes.