A véspera da partida entre Corinthians e Grêmio foi um bom pretexto para Tite reavivar uma de suas recordações favoritas, o triunfo tricolor na Copa do Brasil de 2001. Hoje do lado alvinegro, o treinador vê semelhanças entre a formação gaúcha de 14 anos atrás e a atual, dirigida por um jogador da época, Roger.

“É o Grêmio mais próximo daquele de quando estive lá, o Grêmio de 2001, 2002. São muitas triangulações, na escola do seu Ênio”, disse o técnico do Corinthians, referindo-se a Ênio Andrade, um dos treinadores marcantes que saíram do Rio Grande do Sul no século passado.

Roger não chega a falar “na escola do seu Tite”, mas dá a ele boa parte do crédito pela ainda recente carreira de treinador. Já nos tempos em que se alternava na defesa e na lateral esquerda, passava boa parte do tempo com a prancheta do chefe, analisando esquemas táticos do próprio Grêmio e dos oponentes.

“Era uma prancheta amarela. Eu deixava do lado para as anotações pontuais. Ele era um cara muito antenado nesses movimentos do adversário”, afirmou Tite, antes de falar específica e animadamente sobre como utilizou Roger de “stopper” para derrubar o Corinthians em 2001.

A semelhança daquele time do Grêmio com o atual, no entanto, não será integralmente vista em Itaquera. Luan está a serviço da Seleção Brasileira e não permitirá que o esquema habitual, sem um centroavante de ofício, seja mantido. O ex-corintiano Bobô vai comandar o ataque.

“É parecido do meio para a frente, sob a forma de triangulação. Agora, com o Bobô de pivô, mas antes eles se movimentavam sem um camisa nove fixo. Era a forma de que eu treinava, com o Rodrigo Mendes, o Fábio Baiano… E sem um jogador fixo. O Luan fazia algo bastante parecido”, analisou.

Tite e Roger vão se reencontrar na noite de quarta-feira, em Itaquera. No duelo do primeiro turno, o pupilo superou facilmente o mentor, com dois gols rápidos e vitória tricolor por 3 a 1. Feliz com o reconhecimento daquele que foi seu ex-jogador, o mais velho espera finalmente derrotar o mais novo.