Paulo Henrique Ganso vai receber Jadson em sua segunda casa neste domingo, a partir das 16h, pela 17ª rodada do Campeonato Brasileiro. No Morumbi, porém, não haverá a política da boa vizinhança à qual os dois acostumaram-se em diversos momentos nos últimos três anos.

Os camisas 10 de São Paulo e Corinthians moram no mesmo condomínio de Alphaville, na região de Barueri, Grande São Paulo, e já dividiram histórias fora do futebol. Em 2013, os dois reuniram familiares e amigos para celebração dos respectivos aniversários, que têm diferença de uma semana em outubro. Em junho deste ano, Jadson festejou dez anos de casado com a esposa Renata. O são-paulino também estava lá.

A relação dos jogadores começou no Tricolor, em setembro de 2012, quando Ganso foi contratado do Santos. No início do ano passado, Jadson foi envolvido em troca com Alexandre Pato e passou a defender o Timão. A amizade continua.

– Nós somos adversários dentro de campo, mas não inimigos. Tenho muitos amigos que jogam em outras equipes também. Quando a bola rola, cada um vai defender o seu clube com tudo. Mas a amizade e o respeito não mudam pelo fato de a pessoa jogar no clube rival – destacou o meia Jadson, em entrevista ao LANCE!.

O corintiano, visita no estádio do rival, espera manter a fase que o torna o principal destaque da equipe de Tite. Em 38 partidas na temporada-2015, fez nove gols e deu incríveis 15 assistências. Já o anfitrião são-paulino espera ser decisivo como no início do ano. Em 31 jogos, fez apenas um gol e deu seis assistências – três nos primeiros três jogos.

O Majestoso marca uma disputa na parte de cima da tabela. O Corinthians é vice-líder, com 33 pontos, dois a menos que o Atlético-MG. Já o São Paulo, com 27 pontos, tem chance de voltar ao G4. Se houver vencedor, dificilmente os vizinhos vão querer se encontrar amanhã...

– A melhor coisa é chegar do trabalho na segunda-feira e tirar sarro do companheiro por causa da vitória no clássico. É demais – diz Jadson.
Confira bate-papo exclusivo com o meia Jadson:
Como começou a amizade?
Eu o conheci no São Paulo e a nossa relação sempre foi muito bacana. Ele é um cara muito legal e merece todo o sucesso na carreira dele.

O que vocês fazem juntos? Já teve até aniversário conjunto...
A gente jogava junto no São Paulo, tínhamos bastante amigos em comum e já morávamos no mesmo condomínio. Como nossos aniversários são próximos e na nossa profissão não temos muito tempo para o lazer, juntamos a rapaziada para comemorar todos de uma vez.

Muda algo entre vocês quando um clássico fica mais próximo?
É um dos maiores clássicos do Brasil e a gente sabe o peso que o resultado traz para a seqüência do campeonato, do trabalho... É o que o Tite falou na sexta-feira: o jogo vale os mesmos três pontos de qualquer outro, mas a repercussão, a dimensão da partida é gigantesca. Da mesma maneira que os torcedores esperam o clássico, a gente também se prepara demais.

Trocam provocações?
Às vezes, sim. Como temos amigos em outros clubes, sempre rola uma brincadeira ou outra, né? A rivalidade saudável faz parte do futebol e nós aproveitamos.

Depois desse Majestoso, como imagina a volta para casa?
A rotina do jogador é pesada e quase não temos tempo livre. Quando consigo um tempinho, faço questão de ficar com a minha família. Então, não me encontro muito com ele. Somente em ocasiões especiais.