A diretoria do Corinthians mostrou indignação com a revelação de escutas telefônicas que denunciam a possível influência de Julio Grondona, ex-presidente da Federação Argentina de Futebol, na escalação do árbitro Carlos Amarilla em jogo contra o Boca Juniors, que culminou na eliminação alvinegra da Taça Libertadores de 2013.
O gerente de futebol Edu Gaspar se pronunciou nesta segunda-feira e prometeu acompanhar as investigações.
– Vamos esperar, tudo isso vazou ontem (domingo). Vamos acompanhar bem de perto o que aconteceu. Se fosse o Boca Juniors, estaríamos muito mais preocupados. Somos vítimas. Vamos aguardar. O Corinthians vai estar à disposição para passar tudo isso a limpo – disse o gerente.
Edu não se mostrou surpreso com as suspeitas, já que se lembra até hoje do empate por 1 a 1 com o Boca, no Pacaembu. Na ocasião, Amarilla anulou um gol legítimo de Romarinho, outro de Paulinho e deixou de dar um pênalti para o Corinthians.
– Vou ser muito sincero. Foi muito estranho aquele dia, vocês acompanharam. Isso me causou até um constrangimento. Agora, com essas novas revelações, temos mais um motivo para ficarmos atentos. Não vamos deixar de lado uma situação tão séria quanto essa – ressaltou o dirigente.

Tite com árbitro Carlos Amarilla, após a eliminação do Corinthians
Questionado pouco depois sobre Carlos Amarilla, Edu Gaspar não se conteve:
– Minha opinião sobre o Amarilla? Você está de brincadeira. Por mim, não tinha saído do Pacaembu. Foi uma coisa absurda. Desde o minuto 7 de jogo, falei que teríamos dificuldades em ganhar. A forma como ele apitou foi estranha.
A conversa de Grondona sobre a Libertadores é com Abel Gnecco, representante da AFA no Comissão de Arbitragem da Conmebol. Gnecco revela como pressionou Alarcón (provável referência a Carlos Alarcón, diretor da comissão) para escalar Amarilla.
- "Gostam aí na Argentina do Amarilla?" Olha, se não gostam dele, não sei. Eu gosto, bota ele e deixa de me encher o saco. Para Alarcón, me bota o Amarilla e para de encher. Bom, assim foi, o pôs e bom... e saiu bem porque, bom, tem que ser assim... - disse Gnecco a Grondona.