A versão final da Medida Provisória que refinancia as dívidas fiscais dos clubes feita pelo deputado federal Otávio Leite (PSDB-RJ) traz uma mudança significativa para as eleições na CBF e nas federações estaduais. Ela prevê que o voto de cada clube tenha peso de acordo com a quantidade de campeonatos que ele disputou, com os resultados obtidos nas competições e conforme a média de público.
Atualmente, clubes, federações e ligas amadoras têm direito a um voto cada na maioria das entidades. Pela nova proposta, uma fórmula a ser definida por cada instituição dará peso maior para os clubes que tenham melhor resultado nos itens citados acima. Assim, que tiver melhor desempenho em campo e nas arquibancadas terá mais força nas urnas, se a MP for aprovada com essa regra.
“Coloquei isso porque as federações têm várias ligas que podem definir o resultado da eleição. Muitas vezes os presidentes de federações se apoiam nos votos delas para se manter no poder”, disse Leite ao blog.
Ele apresentou a novidade em reunião com os clubes nesta quarta, em Brasília. Entre os que não gostaram da proposta estava Eurico Miranda, presidente do Vasco e aliado político de Rubens Lopes, que comanda a Federação do Rio de Janeiro.
O deputado, relator da MP, manteve no texto o direito a voto dos clubes da Série B nas eleições da CBF. Atualmente só times da Série A e federações são eleitores.
Pressionado por dirigentes, ele retirou do texto o item que previa que atletas votassem para presidente das agremiações. Mas manteve o direito deles a um voto na CBF e nas federações.
“Os clubes disseram que não fazia sentido os empregados deles participarem das eleições que envolvem os patrões. Eles me convenceram e retirei essa proposta”, declarou o deputado.
Leite está confiante de que conseguirá colocar a MP em votação na próxima quarta, apesar de serem grandes ainda as divergências com os clubes. A principal delas é que os dirigentes querem o fim da exigência para de CND (Certidão Negativa de Débitos) para participação nos campeonatos. O deputado aceitou apenas permitir que eles disputem com o comprovante de pagamento de dívidas, antes de a CND ser emitida, o que pode demorar.
A bancada da bola tem adiado o andamento da Medida Provisória no Congresso por causa do descontentamento de clubes, federações e CBF. O texto precisa ser aprovado até o dia 17 de julho, caso contrário perderá a validade. Além de ser votado numa comissão formada por senadores e deputados na semana que vem, ele precisa ser aprovado em plenário na Câmara e, depois no Senado, para então ser sancionado pela presidente Dilma Rousseff.
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