29/5/2015 11:06

Caxias, Luxa, Barça... Filho de Tite se prepara antes de virar auxiliar do pai

Depois de trabalhar como assistente no último Gauchão, Matheus Bachi foi recebido por Neymar no Barcelona e já se vê preparado: "Tenho o melhor professor em casa"

Caxias, Luxa, Barça... Filho de Tite se prepara antes de virar auxiliar do pai
Filho de peixe... Nas veias do jovem Matheus corre a inquietude típica da família Bachi, já famosa em seu pai, Tite, técnico de currículo recheado de conquistas. Aos 26 anos, o rapaz já se considera viciado em futebol. Não é para menos. Além de ter sido criado por um ex-jogador e atual treinador de sucesso, Matheus atuou como auxiliar do Caxias no último Campeonato Gaúcho e voltou no início desta semana de uma excursão europeia onde assistiu a três jogos, acompanhou treinos e foi recebido por astros como Neymar.

Tudo faz parte da preparação para seguir os passos de Tite e se tornar técnico de futebol. Uma das etapas mais importantes desse processo será o dia em que ele trabalhará como assistente do pai. Pode acontecer agora, daqui a alguns meses, anos... O fato é que vai acontecer.

– Eu já me sinto preparado e sei que ele (Tite) acredita que eu esteja. Enquanto não aparece essa oportunidade, vou me especializando. Tenho certeza de que serei muito exigido por ele. Ele sabe o peso que vamos carregar, que eu serei indagado por ser filho dele, vão desconsiderar o que eu aprendi, minha capacitação, meus estudos. Mas eu vou estar preparado.

Nos dias em que ficou na Europa, Matheus assistiu à vitória do Barcelona por 3 a 0 sobre o Bayern de Munique, no primeiro jogo da semifinal da Liga dos Campeões. Hospedado na casa de Ricardo Rosa, preparador físico de Neymar, ele acompanhou os três dias de preparação da equipe espanhola e se impressionou com o nível dos treinamentos.


Filho de Tite tirou essa foto do treino do Barcelona antes do jogo contra o Bayern de Munique


– Não peguei uma semana cheia, mas vi muita coisa em campo reduzido, atividades de no máximo uma hora e 15 minutos com altíssima intensidade. Jogos de posse de bola e posicionais, os jogadores não ficavam livres num quadrado, se mexendo para tudo quanto é lugar.

Na partida, chamou atenção de Matheus o desempenho e a leitura de jogo apurada do meia croata Rakitic, que levou ao Barça uma "imposição física maior". Até algumas expressões são influenciadas pela convivência com o pai. O ritmo das duas equipes levou ao rapaz a sensação de que uma hora já havia se passado em apenas 15 minutos, por tanta coisa que já havia acontecido.

– No estádio, tu podia enxergar que quando um time ia sair no tiro de meta, sua equipe inteira vinha para o campo defensivo para tentar sair jogando e o adversário inteiro marcando do meio para frente. Foi um jogo sensacional.

Matheus assistiu ainda às vitórias da Juventus sobre a Internazionale, na Itália (onde foi recebido pelo auxiliar da Inter, o ex-lateral-esquerdo Sylvinho), e do Olympique de Marselha sobre o Monaco, na França. Anotou diferenças entre as ligas, como a organização das equipes espanholas, a velocidade dos franceses e a tentativa dos italianos de saírem jogando com a bola no chão,

mesmo com uma qualidade técnica um pouco inferior. Também gostou de rever o atacante argentino Palácio, ainda em boa forma na Inter aos 33 anos.
– Ele tem pé de pelica, como costuma dizer o pai (risos).

Na bagagem de volta, muito conhecimento e poucas fotos. Não peçam a Matheus lembranças ao lado de Messi, Guardiola, Iniesta, Buffon...

– Sou meio que nem o pai, não gosto de ficar pedindo para tirar foto. Sou meio tímido, prefiro observar e extrair tudo que eu puder do trabalho deles.
Matheus está de volta ao Brasil depois de ter acompanhado à distância a eliminação do Corinthians na Libertadores, nas madrugadas europeias (pelo fuso horário) e à caça de links na internet. Sofreu sozinho, sabendo o que se passava pela cabeça de Tite.

– Sei como ele fica sentido, bravo, triste. A gente não esperava, mas às vezes acontece para abrir outro caminho. Ele sentiu bastante, mas já conseguiu deixar isso um pouco de lado para mirar o que tem pela frente e se readaptar ao que está acontecendo.

Agora sem vínculo com o Caxias, ele admite que não consegue mais viver longe do futebol. O vício é irreversível e dividido em conversas frequentes com o pai. E quando dois "cabeças-duras" se juntam... Quem pensa que o filho concorda com tudo o que diz Tite, já consagrado, está enganado. O rapaz vai até o fim, mas reconhece ter em casa o melhor "professor" entre todos.




– Ainda não consigo me enxergar como treinador, mas como auxiliar sei que já estou capacitado. Tenho em casa o melhor professor que eu poderia escolher. Eu converso, discuto, incomodo, encho o saco dele. Quando não concordo, ele fica incomodado, expõe o lado dele e eu o meu (risos).

Desses papos saem sempre informações interessantes. Em 2011, um ano antes de Paolo Guerrero ser contratado pelo Corinthians, o jovem havia falado ao pai sobre seu encantamento pelo atacante depois de duas partidas "in loco" na Copa América daquele ano, da qual o peruano foi o artilheiro. O meia Renato Augusto também foi recomendado, e Matheus se lembra do já distante ano de 2007, quando, ainda adolescente, viu um Juventude x Santo André em Caxias e se tornou fã do volante Willians, hoje no Cruzeiro.

Enquanto não surge a oportunidade de trabalhar com o pai, Matheus, que considera Joachim Löw, da seleção alemã, o melhor técnico do mundo, quer aproveitar qualquer porta aberta. No começo do ano, por exemplo, ele passou uma semana com Vanderlei Luxemburgo no Flamengo.

– Futebol é apaixonante, viciante demais. Agora vou ficar inquieto, procurar cursos, ver se aparece uma oportunidade de passar por outros clubes para acompanhar o trabalho de técnicos. Não importa aonde, sempre se tira ideias. Já pensei na Universidade do Futebol, em Viçosa, no curso da Uefa. Mas o que eu quero é trabalhar.


Matheus e Tite foram juntos a jogos de futebol no ano passado, quando o pai estava desempregado


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