Após o assassinato de oito pessoas na sede da torcida Pavilhão 9, no último dia 18, dois suspeitos tiveram prisão declarada na manhã desta quinta-feira, em São Paulo. Um policial militar e um ex-integrante da corporação tiveram prisão temporária decretada, pena que vale por quinze dias e pode ser prorrogada por outras duas semanas. As investigações em curso sugerem mandados de prisão contra outros suspeitos.

Como o Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) já havia suscitado, o crime ocorreu por dívidas relacionadas ao tráfico de drogas. Veicula-se que um dos oito assassinados devia uma quantia ao ex-PM Rodinei Silva, mentor da chacina que vitimou oito pessoas e só poupou o faxineiro que limpava a quadra da torcida durante a noite.

Além do faxineiro, outros cinco sobreviventes que testemunharam o ocorrido contaram, em depoimentos à polícia, que os assassinos teriam se identificado como membros da polícia antes de mandarem todos os integrantes da torcida ajoelharem para serem alvejados. O Ministério Público paulista determinou, no último dia 22, que o Tribunal do Júri acompanhasse as investigações da Polícia Civil.

Os oito torcedores alvinegros vitimados na chacina preparavam as bandeiras que seriam levadas a Arena Itaquera no dia seguinte, domingo, para a semifinal do Campeonato Paulista, disputada em jogo único. A proximidade com o clássico, e a rivalidade entre as torcidas de Corinthians e Palmeiras, até provocou suposições sobre o envolvimento de torcidas organizadas na ação, o que logo foi descartado pela Polícia, que sempre alegou a dívida por tráfico de drogas como principal motivação do crime.